O objetivo do estudo foi analisar o perfil de acesso e utilização dos serviços de saúde entre brasileiros praticantes e não praticantes de exercício físico, utilizando os dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2019). Trata-se de um estudo transversal, de base populacional, com análise secundária do banco de dados proveniente da Pesquisa Nacional de Saúde 2019. Foram incluídos indivíduos com 18 anos ou mais com informações completas no banco de dados. As variáveis dependentes selecionadas para este estudo são referentes aos indicadores do acesso e utilização dos serviços de saúde. A variável independente investigada compreendeu questões sobre a prática de exercício físico ou esporte nos últimos três meses. As variáveis de ajustes compreendem informações sociodemográficas, geográficas, condições clínicas e de acesso a planos de saúde. Para a análise dos dados, foi empregado o Data Analysis and Statistical Software versão 17 (STATA-17). Para descrição das variáveis foram utilizadas a distribuição de frequência absoluta e relativa, a média e o desvio padrão. As análises de associação entre a variável independente e as variáveis dependentes foram conduzidas por meio do teste de qui-quadrado e de regressões logística binária e os resultados foram apresentados em tabelas. A amostra foi composta por 207.845 indivíduos entre 18 e 112 anos de idade, onde a prevalência de acesso e utilização aos serviços de saúde curativos apresenta maior frequência entre os indivíduos que costumam não praticar exercício físico ou esportes. Os indivíduos que praticam exercício físico têm uma procura por atendimento preventivo de saúde de 11% a mais de chance, 34% maior em fazer mais consultas no último ano e de 16% a mais de procurar o mesmo médico, lugar ou serviço de saúde quando comparados com os demais indivíduos que não praticam exercício físico. Além disso, os praticantes de exercício físico têm 32% a menos de chance de ter sido internados por 24 horas em hospitais, menos probabilidade (20%) de ter necessitado de atendimento de urgência e emergência e menor chance (10%) de ter medicamentos receitados. Os resultados discutidos neste estudo demonstram a associação da prática de exercícios físicos no perfil de acesso de utilização dos serviços de saúde no Brasil e a maior procura por ações e serviços de saúde preventiva entre os praticantes de exercício físico.