Avaliação In Vitro Do Potencial Antineoplásico De Novos Derivados 2-Amino-Selenofenos No Câncer De Pulmão
Câncer de Pulmão; Selenofenos; Tratamento
No tratamento do câncer de pulmão certos desafios são encontrados, como a resistência aos quimioterápicos, tornando bastante pertinentes os estudos dedicados à descoberta de novos potenciais terapêuticos. Diante disso, este trabalho tem como objetivo a análise da potencial ação antineoplásica de novos derivados 2-amino-selenofenos no câncer de pulmão. Para isso, foram realizadas análises in silico, para análise das propriedades farmaco-químicas e farmacocinéticas e para a predição dos seus potenciais alvos. Ainda, foi realizada a análise da citotoxicidade dos derivados em células saudáveis e neoplásicas, assim como a investigação do impacto do tratamento com os derivados no ciclo celular das células de câncer de pulmão e, também, a formação de espécies reativas de oxigênio (EROs), antes e após o tratamento. As análises in silico mostraram que todos os derivados são solúveis, com Log S não superior a 6. Somado a isso, apresentam uma relação de equilíbrio entre as características hidrofílicas e lipofílicas, com Log P entre 1 e 3, exceto o 6CNSe (Log P = 0,82). Todos os valores de TPSA (área de superfície polar topológica) ficaram entre 12 e 26 Å2, indicando a promoção de uma boa permeabilidade celular. Os valores de biodisponibilidade foram 0,55. Todos os derivados, segundo a predição de alvos, interagem com alvos que apresentam uma importante correlação com o câncer de pulmão, como a óxido nítrico sintetase induzida, catepsinas K e L, CDK2 (ciclina dependente de quinase 2) e TERT (transcriptase reversa da telomerase). Os ensaios de viabilidade demonstraram que os derivados 6CNSe 2 e 6CNSe 4, nas maiores doses testadas (50 e 100μM), foram os que apresentaram maior citotoxicidade na linhagem saudável MRC-5, com IC50 de 36 e 22μM, respectivamente. Em contrapartida, também foram os derivados que demonstraram melhor atividade de redução da viabilidade da linhagem neoplásica A549, com IC50 de 19,14 e 8,47μM, respectivamente. Ainda, os índices de seletividade foram 1,89 (6CNSe 2) e 2,67 (6CNSe 4). Os resultados dos ensaios realizados na linhagem neoplásica H1299 também indicam que o derivado 6CNSe 4 é o que apresenta maior citotoxicidade, porém com baixo índice de seletividade (0,84). Além disso, ambos os derivados foram capazes de gerar EROs na linhagem A549, assim como interferir no seu ciclo celular. Com isso, é possível concluir que, especialmente os derivados 6CNSe 2 e 6CNSe 4 mostram-se potenciais antineoplásicos para o câncer de pulmão, sendo capazes de reduzir a viabilidade celular, produzir EROs e interromper o ciclo celular.