Uso de metodologias ativas para promoção de saúde e construção de conhecimento sobre Chikungunya
Chikungunya, Gamificação, Educação, Saúde
A Chikungunya (CHIK), doença endêmica na Cidade do Recife, é destacada como um desafio significativo para a saúde pública. A doença, transmitida pelos mosquitos Aedes, manifesta-se com sintomas agudos como febre, dores articulares e musculares, cefaléia e erupções cutâneas, podendo causar complicações reumatológicas persistentes e afetar a qualidade de vida dos infectados. Apesar das recentes ocorrências de surtos e das medidas preventivas implementadas, é observada uma persistente fragilidade no controle da infecção, destacando a urgência de intervenções mais eficazes. Este estudo visa investigar o conhecimento prévio e a percepção de uma comunidade em relação à Chikungunya (CHIK). Para isso, foram coletadas informações socioeconômicas e conhecimentos relacionados à doença por meio de questionários semiestruturados aplicados em mulheres adultas recrutadas via redes sociais e recrutamento via “bola de neve". Os questionários abordaram temas como sintomas, transmissão, tratamento, prevenção e impacto socioeconômico da doença. Os resultados revelam que a maioria dos participantes do estudo era composta por pessoas de cor parda (n = 35, 71,4%), seguida por pretos (n = 11, 22,4%). Quanto ao estado civil, a maioria era solteira (n = 29, 59,2%). Em relação à escolaridade, prevalecia o ensino fundamental incompleto (n = 20, 40,8%). A renda mensal da maioria dos participantes era igual ou inferior a meio salário mínimo (n = 39, 79,6%). No que diz respeito à moradia, a maioria residia em casas de alvenaria (n = 47, 95,9%) e abrigava três ou quatro pessoas (n = 24, 49% dos participantes). Quanto ao conhecimento sobre a Chikungunya (CHIK), a grande maioria dos participantes afirmou já ter ouvido falar da doença (n = 48, 98%). Além disso, a maioria identificou corretamente o vírus como agente causador (n = 31, 63,3%) e reconheceu a picada de mosquito como meio de transmissão (n = 38, 77,6%). Os sintomas mais comumente associados à CHIK foram febre alta (n = 28, 96,5%) e dor intensa nas articulações (n = 29, 100%). Cerca de 59,2% dos participantes relataram já ter contraído a doença, com a maioria buscando tratamento hospitalar (n = 13, 44,8%). Em relação às medidas preventivas contra a CHIK, a maioria dos participantes relatou eliminar criadouros de mosquitos (n = 47, 95,9%) e usar repelentes de insetos (n = 30, 61,2%). As principais fontes de informação sobre a doença foram outras pessoas da comunidade (n = 15, 30,6%) e a internet (n = 13, 26,5%). Em termos de impacto financeiro, cerca de 32,7% (n = 16) dos participantes relataram um impacto indireto na renda devido aos gastos com tratamentos médicos. Esses resultados destacam a importância de campanhas educativas direcionadas e a necessidade de melhorias nos serviços de saúde para enfrentar eficazmente a CHIK em comunidades vulneráveis. Em conclusão, destaca-se a importância de campanhas educativas direcionadas e intervenções eficazes para mitigar os impactos negativos da CHIK e promover o bem-estar da comunidade vulnerável afetada pela doença.