Banca de QUALIFICAÇÃO: EMILY ALVES DE ALBUQUERQUE

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: EMILY ALVES DE ALBUQUERQUE
DATA : 16/12/2025
LOCAL: UFPE - CENTRO DE BIOCIÊNCIAS
TÍTULO:

Análise da Atividade Anti-dengue de Novos Compostos (Derivados Tiazolidínicos). 

 


PALAVRAS-CHAVES:

 Dengue; Infecções por Flavivírus; Vírus da Dengue; Aedes aegypti; Antivirais.


PÁGINAS: 150
RESUMO:

A dengue permanece como uma das arboviroses de maior relevância mundial, impulsionada pela ampla circulação do vírus, pela gravidade clínica de suas infecções e pela ausência de antivirais específicos. Em 2024, a OPAS/OMS registrou um aumento expressivo da doença nas Américas, com mais de 13 milhões de casos, dos quais o Brasil concentrou a maior parte, ultrapassando 10 milhões de notificações. Em 2025, o cenário nacional manteve-se crítico, com mais de 1,5 milhão de casos prováveis e quase 1.700 óbitos já registrados, reforçando o caráter endêmico da dengue no país e a urgência por estratégias terapêuticas eficazes. A doença é causada pelo vírus dengue (DENV), um flavivírus de RNA, a transmissão ocorre principalmente pelo Aedes aegypti, apresenta quadro clínico variável, podendo evoluir de febre e mialgia intensa até para formas graves como hemorragia e choque hipovolêmico, especialmente quando associada ao
sorotipo 2 (DENV-2). Atualmente, não há tratamento antiviral específico para a dengue, o que reforça a necessidade de novas alternativas terapêuticas. Diante disso, este estudo teve como objetivo avaliar a atividade antiviral de novos compostos derivados tiazolidínicos contra o vírus da dengue em modelo de infecção in vitro. Foram utilizadas células Vero (CCL-81) mantidas em DMEM suplementado para todos os ensaios in vitro. Os compostos derivados tiazolidínicos foram cedidos pelo Laboratório de Planejamento e Síntese de Fármacos - Núcleo de Pesquisa em Inovação Terapêutica Suely Galdino e inicialmente avaliados quanto à citotoxicidade pelo método colorimétrico de MTT, o que permitiu determinar a concentração citotóxica a 20% (CC20), utilizada como referência nos ensaios antivirais. O vírus DENV-2 foi produzido em
células Vero, submetido a congelamento/descongelamento para lise e posteriormente titulado pelos métodos de TCID50 e PFU, garantindo padronização da multiplicidade de infecção. A etapa de screening antiviral foi realizada em células Vero infectadas (MOI 0,1), tratadas com os compostos na concentração CC20 e comparadas aos controles celular, viral e cloroquina. A replicação viral foi quantificada pelos métodos de TCID50 e para confirmação de efeito o de PFU. Os compostos promissores foram então submetidos aos ensaios mecanísticos, que avaliaram diferentes etapas do ciclo replicativo viral: pré-tratamento (proteção celular), inativação viral direta, adsorção viral, inibição da internalização e pós-tratamento (inibição após infecção estabelecida), todos com incubação final de 5 dias e titulação viral por TCID50. Todos os experimentos foram conduzidos em triplicata técnicas e acompanhados de controles adequados. As análises estatísticas foram realizadas pelo GraphPad Prism 9, empregando ANOVA de duas vias, considerando p < 0,05 como significativo e regressão linear para a definição do CC20 dos compostos no ensaio de citotoxicidade. Foram realizados ensaios de citotoxicidade (MTT) para os compostos ZKC-8, ZKC-9, ZKC-17, ZKD-2, ZKD-4, ZKD-28, ZKE-3, ZKE-6, ZKE-8, ZKE- 10, ZKE-15, ZKF-17, DM-1, DM-2 e PM-2, a fim de determinar concentrações seguras para os testes antivirais. Em seguida, foi produzida e titulada uma suspensão viral de DENV-2, utilizando os métodos de TCID50 e ensaio de placas (PFU) para quantificação do título infeccioso. Nos ensaios de triagem antiviral (screening), os compostos ZKE-3 e ZKE-10 apresentaram atividade inibitória significativa contra o sorotipo 2 do vírus da dengue (DENV-2). A eficácia desses compostos foi posteriormente confirmada por meio dos ensaios de titulação viral (TCID50 e PFU), que evidenciaram redução do título viral em comparação ao controle infectado. Nos testes de inativação viral direta e pós-tratamento (após a infecção celular), os compostos ZKE-3 e ZKE-10 mantiveram atividade antiviral consistente. Por outro lado, nos ensaios de adsorção viral, pré-tratamento celular e inativação durante a internalização viral, não foi observada
inibição significativa da infecção, sugerindo que a ação antiviral ocorre predominantemente em estágios posteriores ao ciclo replicativo inicial. Os resultados indicam que os compostos ZKE-3 e ZKE-10 apresentam potencial atividade antiviral contra o DENV-2, atuando principalmente após a entrada viral nas células hospedeiras. 

 


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - DOUGLAS CARVALHO FRANCISCO VIANA - UFPE
Externo ao Programa - 2364049 - PAULO EUZEBIO CABRAL FILHO - nullInterna - 1217065 - TERESINHA GONCALVES DA SILVA
Notícia cadastrada em: 14/11/2025 19:25
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação (STI-UFPE) - (81) 2126-7777 | Copyright © 2006-2025 - UFRN - sigaa07.ufpe.br.sigaa07