PROPRIEDADES BIOLÓGICAS DO EXTRATO SALINO, FRAÇÕES PROTEICAS E LECTINA DAS SEMENTES DE Cratylia mollis: ESTUDO DAS ATIVIDADES ANTIOXIDANTE, ANTIMICROBIANA E ANTI-INFLAMATÓRIA
Produtos bioativos; Cratylia mollis; Lectina; Antioxidantes; Antimicrobianos; Anti-inflamatórios
Produtos bioativos de origem vegetal têm despertado grande interesse devido às suas propriedades antioxidantes, antimicrobianas e anti-inflamatórias. Entre essas substâncias, as lectinas destacam-se por sua capacidade de reconhecer carboidratos de forma específica e desempenhar inúmeras funções biológicas. A lectina Cramoll 1,4, extraída a partir das sementes de Cratylia mollis, tem sido estudada de forma isolada, porém ainda não há investigações integradas envolvendo o extrato salino, suas frações proteicas e a lectina quanto as suas atividades biológicas. Dessa forma, este estudo teve como objetivo avaliar o potencial antioxidante, antimicrobiano e anti-inflamatório desses produtos. Após a coleta do material vegetal, a lectina foi purificada através de cromatografia de afinidade, em sequência à preparação do extrato salino e precipitação com sulfato de amônio; as proteínas foram quantificadas pelo método de Lowry, e a atividade antioxidante foi determinada pelos ensaios DPPH, ABTS e CAT. A atividade antimicrobiana foi avaliada pela Concentração Inibitória Mínima sobre Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella pneumoniae e Enterococcus faecalis, bactérias gram-positivas e gram-negativas. Para a atividade anti-inflamatória realizou-se o teste de desnaturação da albumina. Os resultados demonstram que a 1ª fração comporta a maior concentração proteica (43,45mg/mL). Todas as amostras apresentaram elevada atividade antioxidante nos ensaios ABTS e CAT, com valores de IC50 inferiores aos controles positivos. Não foi possível observar inibição do crescimento microbiano nas doses e cepas testadas. Os achados evidenciam um potencial antioxidante expressivo, enquanto a ausência de atividade antimicrobiana sugere que efeitos previamente relatados para Cramoll 1,4 possam depender de mecanismos contextuais, como estudos in vivo. No ensaio anti-inflamatório, todas as amostras derivadas de C. mollis mostraram IC50 positivos, indicando capacidade de proteger a albumina contra desnaturação térmica, com destaque para a Fração 2 (13,87 µg/mL). Nesse contexto, o presente estudo fornece dados inéditos sobre as propriedades funcionais de C. mollis e reforça o potencial de seus compostos para futuras aplicações terapêuticas.