PRODUÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO POTENCIAL BIOTECNOLÓGICO DO PIGMENTO NATURAL OBTIDO DE Streptomyces hiroshimensis UFPEDA 3134
Biopigmentos. Actinobacteria. Estabilidade. Bioatividade.
Pigmentos naturais produzidos por micro-organismos apresentam vantagens que os tornam importantes substitutos aos pigmentos sintéticos, os quais são relacionados a malefícios à saúde. Neste estudo, foi investigada a produção de pigmentos por Streptomyces sp. UFPEDA 3134, seguido da caracterização química e avaliação do potencial biotecnológico deste. O micro-organismo foi identificado por técnicas bioquímicas, fisiológicas e genéticas, e a produção de pigmentos realizada em ensaios fermentativos utilizando caldo ISP-2. Em seguida, o pigmento foi caracterizado e investigada a estabilidade térmica e ao pH, atividade antimicrobiana, toxicidade aguda, citotoxicidade e genotoxidade. A actinobactéria foi identificada como Streptomyces hiroshimensis UFPEDA 3134, produtora do pigmento vermelho caracterizado como estreptorrubina B em cultivo submerso sob agitação (150 rpm) e estático. O pigmento apresenta pico de absorção máxima em ~530 nm, estabilidade térmica (50ºC - 98ºC) e sensibilidade a variações de pH (2 a 11) com eventos de degradação térmica à 119,5ºC e 276ºC nas análises termogravimetricas (TGA). Foi verificada atividade antimicrobiana frente a Staphylococcus aureus MRSA em 125 µg/mL e 250 µg/mL e baixa de toxicidade nos modelos Caenorhabditis elegans, Galleria mellonella (5 mg/mL e 2 mg/mL) e Biomphalaria glabrata. No ensaio de genotoxicidade foram verificados danos ao DNA dependente de concentração, onde, apenas concentrações superiores a 0,1 mg/mL demonstraram efeitos genotóxicos consideráveis. Dessa forma, streptorubina B produzida por Streptomyces hiroshimensis UFPEDA 3134 apresenta potencial para utilização biotecnológica em diversos setores e aplicações, incluindo indústrias têxteis, alimentícias, farmacêuticas e de cosméticos. Podendo ainda ter suas propriedades exploradas para a incorporação em diversos materiais.