Banca de DEFESA: MATHEUS CAVALCANTI DE BARROS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MATHEUS CAVALCANTI DE BARROS
DATA : 13/06/2025
HORA: 14:00
LOCAL: Anfiteatro do PPGCB
TÍTULO:

LECTINA COAGULANTE DE Moringa oleifera (cMoL): CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA, INVESTIGAÇÃO TOXICOLÓGICA, ATIVIDADE ANTIFÚNGICA E PEPTÍDEOS BIOATIVOS DERIVADOS


PALAVRAS-CHAVES:

 

Proteína. Toxicologia. Quenching molecular. Termoestabilidade. Peptídeos.



PÁGINAS: 160
RESUMO:

Sementes de Moringa oleifera são amplamente empregadas para o tratamento da água por serem fontes de lectinas e outras moléculas coagulantes. cMoL, lectina coagulante das sementes de M. oleifera, apresenta atividades anticâncer, inseticida, antiparasitária e anti-inflamatória. Com o objetivo de aprofundar a compreensão sobre as atividades biológicas da cMoL, o presente estudo investigou os mecanismos envolvidos na interação proteína-carboidrato e a termoestabilidade da lectina. Além disso, os potenciais biotecnológicos de cMoL foram ampliados por meio da avaliação da atividade antifúngica contra Cryptococcus, do desenvolvimento de peptídeos lectínicos bioinspirados e da análise de toxicidade aguda. cMoL foi purificada em coluna cromatográfica de gel guar. A atividade antifúngica foi realizada com três cepas de Cryptococcus (C. neoformans B3501 e H99 e C. gattii R265) a partir do ensaio de microdiluição em caldo e análise por citometria de fluxo. A toxicidade aguda foi determinada pela administração de dose única de cMoL (200 mg/kg) por via oral ou intraperitoneal em camundongos Swiss fêmeas (Comitê de ética n° 140/2022). A genotoxicidade foi avaliada através do ensaio cometa e do teste do micronúcleo. Nos estudos de interação, a emissão de fluorescência de cMoL após titulação com glicose e galactose (0 - 11 mM) foi utilizada para calcular as constantes de Stern-Volmer (Ksv), constantes de ligação (Ka), energia livre de Gibbs (∆G) e coeficiente de Hill. A desnaturação induzida por ureia foi utilizada para confirmar a dimerização da proteína. A dinâmica molecular foi realizada com o pacote Amber 20 para simulações biomoleculares. A termoestabilidade de cMoL foi avaliada nas temperaturas de 25ºC, 60ºC, 80ºC e 100ºC a partir de fluorimetria, CD, avaliação das atividades hemaglutinante e coagulante e dinâmica molecular. Dois peptídeos (peptídeo 1 e 2) foram sintetizados quimicamente a partir da sequência de cMoL e testados quanto à atividade antibacteriana (contra Escherichia coli e Staphylococcusaureus), toxicidade in vitro (atividade hemolítica e teste do MTT) e in vivo (teste com Galleria mellonella), potencial anti-inflamatório in vitro em macrófagos murinos RAW 264.7 e atividade cicatrizante in vivo. cMoL inibiu o crescimento de todos os isolados de Cryptococcus testados com concentração mínima inibitória (CMI50) de 7,5 µg/mL e promoção de necrose. Quanto à toxicidade, cMoL (200 mg/kg) não promoveu efeitos toxicológicos ou genotoxicidade. cMoL interage com os carboidratos por mecanismo estático (diminuição do Ksv), interações espontâneas (ΔG < 0) e Ka da ordem de 10² com maior seletividade para glicose. Os complexos proteína-ligante são estabilizados por ligações de hidrogênio e interações hidrofóbicas (ΔH > 0, ΔS < 0). A ligação a carboidratos ocorre através do dímero de cMoL (parâmetro de Hill ~ 2) entre as cavidades formadas entre os monômeros. O aumento da temperatura promoveu alterações à estrutura de cMoL com perda completa de AH a 100ºC. A atividade coagulante não foi afetada pelo aumento de temperatura, demonstrando que esse potencial não está relacionado à AH. Dentre os peptídeos produzidos, o peptídeo 2 formou uma hélice anfipática e demonstrou melhor atividade antimicrobiana (MIC50 = 32µM) a partir da promoção de danos à parede celular. cMoL e os peptídeos 1 e 2 não induziram toxicidade. Os tratamentos com cMoL e os peptídeos 1 e 2 promoveram redução dos níveis de óxido nítrico e de IL-6 e o peptídeo 2 reduziu o nível de TNF-α.  No que diz respeito à atividade cicatrizante in vivo, o tratamento com o peptídeo 2 promoveu espessamento da camada epitelial, maior definição da camada granular e queratinização pronunciada, refletindo maturação epitelial avançada. A ausência de toxicidade juntamente ao potencial antifúngico contra Cryptococcus estimulam esforços para explorar o potencial biotecnológico de cMoL como agente antifúngico. A elucidação dos mecanismos bioquímicos e biofísicos envolvidos na interação cMoL – galactose/glicose permitiram a melhor compreensão das atividades biológicas dessa lectina. Os dados de termoestabilidade demonstraram a independência funcional entre as propriedades hemaglutinante (reconhecimento de carboidratos) e coagulante. A produção de peptídeos bioinspirados a partir da lectina cMoL expandem as possibilidades de aplicação biotecnológica dessa lectina, ressaltando seu potencial como fonte para o desenvolvimento de novos agentes terapêuticos.



MEMBROS DA BANCA:
Interno - ***.833.854-** - EMMANUEL VIANA PONTUAL - UFPE
Externo ao Programa - 1963108 - JORGE LUIZ NEVES - nullInterna - 1133984 - PATRICIA MARIA GUEDES PAIVA
Externa à Instituição - SUÉLLEN PEDROSA DA SILVA
Interno - 1960817 - THIAGO HENRIQUE NAPOLEAO
Notícia cadastrada em: 02/06/2025 10:39
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