Lasers; Oncologia; Crianças; Adolescentes; Mucosite.
A fotobiomodulação com o Laser de baixa potência é recomendada para o tratamento da mucosite oral (MO) apresentando propriedades analgésicas, reparadoras e de modulação da inflamação, sendo empregada nos diferentes comprimentos de onda vermelho e infravermelho. O presente estudo teve o objetivo de avaliar a eficácia da fotobiomodulação com laser vermelho e infravermelho simultâneos na mucosite oral (MO) de crianças e adolescentes submetidos à quimioterapia (QT). Trata-se de um ensaio clínico de superioridade randomizado aberto e duplo-cego, compreendendo indivíduos de 3 a 18 anos de idade, internados em um hospital de referência na cidade do Recife, Brasil, submetidas à QT e que desenvolveram MO≥2 (OMS). Após o consentimento/assentimento dos responsáveis e das crianças foram coletados dados biosociodemográficos, informações relacionadas à doença/tratamento, capacidade funcional, índices hematológicos e severidade da mucosite oral. Por meio de randomização simples, os participantes elegíveis foram alocados em dois grupos: grupo controle (laser vermelho) e grupo experimental (laser vermelho e infravermelho simultâneos). A fotobiomodulação foi aplicada diariamente até a cura clínica total das lesões (MO=0). Os parâmetros dosimétricos utilizados foram: potência fixa de 100 mW, área do spot de 0,09 cm², energia por ponto de 1 J, com aplicação perpendicular ao tecido, de forma pontual e em contato. Os dados foram analisados quanto às frequências absolutas e relativas e todos os testes estatísticos foram realizados com intervalo de confiança de 95% e margem de erro de 5%, também foi calculado o Número Necessário para Tratar (NNT). Um total de 44 crianças e adolescentes foram avaliados, sendo a maioria com idades entre 3 e 12 anos (56,8%), do sexo masculino (63,6%), diagnosticados com leucemia (63,6%) e tratados com MTX em altas doses (59,1%). Foi observada uma associação estatisticamente significativa entre o grau de severidade da MO e o sexo masculino(p=0,042). A média de dias de intervenção foi de 3,8±2,11 no grupo controle e 4,1±2,45 no grupo experimental. O NNT calculado no 5º dia foi de 5,4 para o grupo experimental. Quando avaliada a necessidade de analgésicos, verificou-se que 61,9% dos pacientes do grupo controle necessitaram de analgésicos, enquanto no grupo experimental, a maior prevalência foi de não utilização de analgésicos, com 60,9% da amostra. Com base nos resultados, pode-se sugerir a eficácia de ambos espectros de ação no tratamento da MO. Dentre as intervenções, o grupo experimental não foi superior ao grupo controle para a cura das lesões (reparo) porém, foi observado uma tendência ao menor uso de medicamentos analgésicos.