LESÕES BUCAIS E MAXILOFACIAIS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES: ANÁLISE CLÍNICO-PATOLÓGICA DE UMA SÉRIE DE CASOS
Prevalência; Doenças da boca; Criança; Adolescente
Este estudo teve como objetivo realizar uma análise clínico-patológica de lesões bucais e maxilofaciais em crianças e adolescentes diagnosticadas no Laboratório de Histopatologia Oral e Maxilofacial da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Biópsias coletadas entre 2000 e 2024 de pacientes com idades entre 0 e 19 foram selecionadas para a pesquisa. A partir dos laudos e registros histopatológicos, foram coletados dados referentes a idade e sexo do paciente, localização e diagnóstico histopatológico da lesão, além do tipo de biópsia realizada. Os pacientes foram estratificados em duas faixas etárias: crianças (0-9 anos) e adolescentes (10-19 anos). Todos os casos foram revisados microscopicamente, e os diagnósticos foram categorizados em 13 grupos: lesões reativas/inflamatórias; lesões pigmentadas/melanocíticas; patologias ósseas; patologias das glândulas salivares; cistos não odontogênicos; cistos odontogênicos; tumores odontogênicos; neoplasias benignas; neoplasias malignas; lesões potencialmente malignas; lesões imunologicamente mediadas; lesões infecciosas; e outros. Os dados foram analisados utilizando métodos estatísticos descritivos, e as associações entre sexo, grupos etários e diagnósticos foram verificadas por meio do teste Qui-quadrado de Pearson. De um total de 8.507 lesões orais biopsiadas, 992 ocorreram em crianças e adolescentes, sendo que 888 (10,43%) foram incluídas no estudo. Foi observada uma maior prevalência no sexo feminino (55,5%) e na faixa etária de 10 a 19 anos (73,4%). As patologias das glândulas salivares foram as mais frequentes (38,5%), seguidas por lesões reativas/inflamatórias (22,5%). As lesões mais comumente observadas foram a mucocele (33,5%), a hiperplasia fibrosa inflamatória (7,4%) e o cisto dentígero (5,4%). O lábio foi a localização anatômica mais afetada (41,6%). Este estudo fornece informações valiosas sobre a prevalência e a distribuição das patologias orais em crianças e adolescentes, contribuindo para uma melhor compreensão dessas lesões por parte dos profissionais, o que pode resultar em melhorias no manejo e prognóstico.