Aspectos ultrassonográficos qualitativos e quantitativos da movimentação da língua pré e pós frenotomia em bebês com anquiloglossia
Anquiloglossia, frênulo lingual, ultrassonografia, aleitamento materno.
Introdução: A anquiloglossia, quando diagnosticada precocemente na vida de um indivíduo, pode diminuir as chances de desmame precoce do aleitamento materno, bem como minimizar os impedimentos para o desenvolvimento e desempenho das funções orofaciais. A intervenção consiste na realização da frenotomia lingual, liberando os movimentos da língua. Objetivo: avaliar os aspectos quantitativos e qualitativos da língua por meio da ultrassonografia no repouso e na sucção pré e pós frenotomia lingual em bebês com anquiloglossia. Métodos: Foram incluídos bebês de 0 a 28 dias de vida em amamentação exclusiva e com alteração de frênulo. Foram realizadas as seguintes avaliações: escala de dor ao amamentar, Teste da Linguinha, peso do bebê, ultrassonografia no repouso e na sucção, frenotomia e reavaliação desses parâmetros 7 dias após a cirurgia. Foi utilizado o ultrassom portátil modelo MicrUs EXT – 1H e o transdutor micro convexo. As imagens foram analisadas com o software AAA (Articulate Assistant Advanced) por meio das medidas das regiões anterior, média e posterior da língua em repouso e durante a sucção com frames da língua na posição mais baixa e mais alta. Em seguida, os movimentos da língua foram classificados como verticais ou ondulatórios e foi avaliada a distância entre mamilo e junção palato duro e mole durante a sucção. Resultados: Foram avaliados 42 bebês com uma média de 12,64 (± 7,15) dias de vida. Foi observada diferença após a frenotomia lingual como aumento do peso, redução do escore do Teste da Linguinha e redução da Escala de dor ao amamentar (p<0,05). Na avaliação ultrassonográfica da língua no repouso houve aumento das medidas de todas as regiões indicando posição mais elevada após a cirurgia (p<0,05). Quando analisada a sucção na posição de língua alta, foi observado que tanto a região anterior quanto a região média apresentaram aumento da amplitude de elevação (p ˂ 0,01) após a frenotomia. Verificou-se também que o padrão de sucção da maioria dos bebês era vertical (92,9%) antes da frenotomia e ondulatório (97,6%) após a cirurgia (p < 0,001). Por fim, foi observada uma menor distância entre o mamilo e a junção palato duro e mole durante a sucção (p ˂ 0,001) após a frenotomia lingual. Conclusão: A frenotomia lingual em bebês com anquiloglossia e em aleitamento materno exclusivo apresentou diferença na postura da língua no repouso e na cinemática da sucção com maior amplitude da língua nas regiões anterior e média, predomínio de movimentos ondulatórios e redução da distância entre o mamilo e o palato duro e mole avaliados por meio da ultrassonografia.