TEM DE QUÊ?: avaliação do comércio de alimentos em escolas públicas e privadas de capitais brasileiras
Ambiente Alimentar; Alimentos Ultraprocessados; Organizações; Comida de rua; Iniquidades em saúde.
O ambiente alimentar escolar inclui o comércio, formal e informal, de alimentos dentro e fora da escola.
Este trabalho avalia o comércio de alimentos e bebidas no ambiente escolar brasileiro, nos contextos
privado e público, com relação aos aspectos sociais, de disponibilidade, das características de
processamento de alimentos. Trata-se de um estudo transversal e ecológico. Descrevemos o ambiente
comunitário no entorno das escolas públicas e privadas de Recife, através do georreferenciamento de
estabelecimentos. Depois, avaliamos o ambiente organizacional de escolas privadas de Recife e Porto
Alegre com dados secundários e auditoria em cantinas e ambulantes. E auditamos ambulantes no entorno
de escolas privadas das capitais e do Distrito Federal. Conduzimos análises descritivas e multivariadas.
Identificamos dois padrões de agrupamento de varejo de alimentos no entorno de escolas em Recife,
sendo o padrão de grandes redes comerciais inversamente associado aos setores censitários com maior
vulnerabilidade e positivamente associado às escolas privadas. Em áreas de menor renda em Recife,
predominavam ultraprocessados nas cantinas e alimentos saudáveis no entorno formal. Nas áreas de
maior renda, as cantinas eram mistas e no entorno formal predominavam ultraprocessados. Diferentemente
de Recife, sem regulamentação, em Porto Alegre a renda não foi associada. Finalmente, foram
caracterizados os brasileiros que subsistem da comercialização de água, refrigerante, guloseimas e
salgadinho no entorno escolar. A renda, o posicionamento institucional e a vigência de regulamentação
demonstraram efeito sobre o ambiente alimentar escolar.