DESENVOLVIMENTO E AVALIACAO DE UM APLICATIVO PARA O AUTOCUIDADO DE
PESSOAS COM ASMA
Asma. Autocuidado. Educação em Saúde. Enfermagem. Tecnologias Educacionais.
Introdução: A asma é uma doença respiratória crônica que afeta 300 milhões de pessoas e no Brasil estima-se 23% da população com esta condição clínica. A asma pode variar de leve a grave, os sintomas incluem falta de ar, chiado no peito, tosse e aperto no peito. Ao adotar medidas de autocuidado, pessoas com asma podem controlar melhor a doença e prevenir crises agudas. Uma das estratégias de educação usadas para promover o autocuidado está no uso de aplicativos. Objetivo: Analisar o processo de desenvolvimento e avaliação de um aplicativo para o autocuidado de pessoas com asma. Método: estudo metodológico do tipo tecnológico dividido em quatro etapas conduzido pelo referencial teórico da Teoria do Autocuidado de Dorothea Orem e o referencial metodológico, Design Instrumental Sistemático proposto por Dick e Carey. A primeira etapa do estudo foi subdividida em três fases: revisão bibliográfica do tipo revisão integrativa, por meio do protocolo PRISMA; identificação de saberes das pessoas com asma por meio de uma entrevista, cujas respostas foram transcritas, categorizadas e tratadas por meio da análise de conteúdo de Bardin; e validação de conteúdo por juízes. Na segunda etapa, foi construído o aplicativo para o autocuidado de pessoas com asma pela tecnologia Progressive Web App. Na terceira e quarta etapa se deu a avaliação semântica, de aparência e usabilidade pelo público-alvo. Resultados: A revisão integrativa se consolida no artigo “Educação em saúde para o autocuidado de pessoas com asma”. Na identificação de saberes, 15 pessoas com asma entrevistadas geraram 192 códigos que foram utilizados para caracterização de 3 categorias: asma, fatores relacionados às atividades de vida diária de pessoas com asma e autocuidado de pessoas com asma. Na validação de conteúdo, participaram 6 juízes de 4 categorias profissionais, nenhum item avaliado apresentou I-IVC abaixo de 0,59, o S-IVC obtido pelos juízes foi 0,787, indicando inadequação e necessidade de ajustes. Corrigiu-se a ortografia, retirou-se imagens e vídeos, reescreveu-se o texto com colaboração de uma pedagoga. O aplicativo conta com uma tela de cadastro, 57 telas de conteúdo, quatro questionários para monitoramento de sinais e sintomas e dois formulários para inserção de dados tipo data de consultas e medicamentos prescritos. Batizado de Asmei, tem telas em tons de azul, cinza e roxo e pode ser acessado em www.asmei.app.br. Participaram da avaliação semântica, de aparência e usabilidade 18 pessoas com asma, 83,3% do sexo feminino, 38,9% com ensino médio, Índice de Concordância Semântica Global de 97,2%, Índice de Concordância por Aparência de 98,1%. Na usabilidade, nove dos dez itens avaliados obtiveram um escore superior a 87 pontos, sendo classificados como "Melhor Imaginável". Identificou-se valor médio de 94,03, mediana de 93,75, e desvio padrão de 5,29, com o valor mínimo de 82,5% e o máximo 100%. Kappa de 0,448 e Coeficiente de Correlação Intraclasse 0,992 com confiabilidade quase perfeita, índice de satisfação de 94%. Conclusão: O aplicativo Asmei para o autocuidado de pessoas com asma baseado na Teoria de Dorothea Orem, desenvolvido pela tecnologia PWA e construído na plataforma WordPress, foi considerado válido para o público-alvo.