CARACTERIZAÇÃO MORFOANATÔMICA E HISTOQUÍMICA, PROSPECÇÃO FITOQUÍMICA E QUANTIFICAÇÃO, EXTRAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DAS PROTEÍNAS DE ESPÉCIES VEGETAIS DO GÊNERO Tradescantia L. emend. M.Pell.
Tradescantia; anatomia vegetal; histoquímica; fitoquímica; proteínas vegetais.
O gênero Tradescantia L. emend. M.Pell., pertencente à família Commelinaceae, reúne espécies herbáceas bastante comuns em ambientes tropicais e subtropicais das Américas. Muitas delas são cultivadas como plantas ornamentais, mas também são valorizadas por seus usos na medicina tradicional e pelo seu potencial alimenticio. Entre essas espécies, Tradescantia pallida (Rose) D.R. Hunt, Tradescantia spathacea Sw. e Tradescantia zebrina Heynh. ex Bosse se destacam por suas propriedades terapêuticas associadas à presença de metabólitos bioativos, além de serem reconhecidas como Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs), devido ao conteúdo proteico e mineral presente em suas folhas. Diante da diversidade morfológica do gênero e das dificuldades em diferenciar taxonomicamente suas espécies, torna-se essencial desenvolver estudos que auxiliem na identificação de caracteres diagnósticos, que são essenciais para o controle de qualidade de matérias-primas vegetais empregada em contextos farmacêuticos e alimentares. Este estudo objetivou a caracterização comparativa das características morfológicas, anatômicas, histoquímicase e fitoquímicas, bem como a quantificação das proteínas presentes em T. pallida, T. spathacea e T. zebrina. Para isso, foram utilizados métodos clássicos de anatomia vegetal no preparo e análise, em microscopia óptica de luz e de polarização, de lâminas semipermanentes contendo secções transversais de raízes, caules, folhas e secções paradérmicas das lâminas foliares. Também foram realizados testes histoquímicos com o objetivo de localizar metabólitos primários e secundários nas lâminas foliares frescas das espécies. A prospecção fitoquímica foi realizada por cromatografia em camada delgada a partir de extratos metanólicos foliares, possibilitando a identificação de diferentes grupos de metabólitos. O teor de proteínas presentes nas folhas das espécies foi determinado pelo método de Kjeldahl. A avaliação microscópica permitiu identificar diferenças anatômicas entre as espécies analisadas, como variações na presença de tricomas, canais secretores, cristais e tecidos de sustentação. As reações histoquímicas evidenciaram a presença de compostos fenólicos, alcaloides, lipídeos, lignina, taninos, amido, triterpenos, esteroides e proteínas, com variações qualitativas entre as espécies. A análise fitoquímica permitiu identificar diferentes classes de metabólitos, incluindo triterpenos, esteróides, monoterpenos, sesquiterpenos, flavonoides, fenilpropanoglicosídeos, taninos e açúcares nas espécies estudadas. As análises proteicas revelaram variabilidade no conteúdo e composição das proteínas entre as espécies. A correta caracterização integrada fornece subsídios importantes para a padronização farmacobotânica, controle de qualidade da droga vegetal e taxonomia, além de contribuir para o aproveitamento nutricional e biotecnológico do gênero Tradescantia.