AVALIAÇÃO DA CITOTOXICIDADE E DO EFEITO DA FRAÇÃO POLAR E APOLAR DE Parkinsonia aculeata EM MODELOS IN VITRO DE RESISTÊNCIA INSULÍNICA
Diabetes mellitus tipo 2. Plantas Medicinais. Parkinsonia aculeata
No Brasil, uma grande variedade de espécies vegetais tem sido estudada ou utilizada na medicina popular como terapia alternativa ou complementar para controlar as alterações associadas à Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2). Parkinsonia aculeata é uma planta do bioma da Caatinga, tradicionalmente utilizada para melhorar a homeostase da glicose. Objetivou-se com o presente estudo avaliar o efeito das frações polar e apolar do extrato hidroetanólico das partes aéreas de P. aculeata sobre a captação de glicose em modelos in vitro de resistência insulínica. O extrato hidroetanólico (1:1) de P. aculeata, sem solvente, foi submetido à partição com acetato de etila (1:1). Essa mistura foi colocada em um funil de decantação para a obtenção das frações polar (FrPHEPA) e apolar (FrAHEPA). Posteriormente, as frações foram processadas em um evaporador rotativo para a remoção de solvente residual, seguida de congelamento e liofilização. Para os testes de citotoxicidade e captação de glicose, foram utilizadas as linhagens celulares HepG2 e L6. As células foram mantidas em cultura em meio DMEM, contendo soro fetal bovino e antibióticos, sob 5% de gás carbônico a 37 °C. A citotoxicidade das frações FrPHEPA e FrAHEPA foi avaliada pelo ensaio colorimétrico de MTT nas concentrações de 1, 5, 10, 25, 50, 75 e 100 μg/mL. A resistência insulínica nas células foi induzida por meio da exposição à três diferentes indutores: dexametasona (1 μM), palmitato de sódio (0,25 mM) ou TNF-α (20 ng/mL), na presença de insulina (100 nM) e diferentes concentrações de FrPHEPA ou FrAHEPA (5, 10, 25 ou 50 μg/mL) durante 24 horas. A captação de glicose foi verificada utilizando o marcador fluorescente 2- NBDG. Os dados foram analisados por meio de análise de variância (ANOVA) e pós-teste de Tukey para diferenciação entre grupos, considerando p<0,05 como estatisticamente significativo. Nas concentrações testadas, as frações FrPHEPA e FrAHEPA não provocaram redução na viabilidade das células L6. Na linhagem HepG2, a viabilidade apresentou diminuição a partir das concentrações de 25 e 50 μg/mL, respectivamente, em comparação ao controle negativo. Ambas as frações aumentaram a captação do marcador 2-NBDG (p<0,05) em todos os modelos de indução de resistência insulínica, com destaque para a concentração de 25 μg/mL, em comparação ao grupo com resistência insulínica sem tratamento. Desse modo, os resultados demonstraram que as frações de P. aculeata apresentaram baixa citotoxicidade e um efeito promissor na melhoria da captação de glicose em hepatócitos e miócitos com resistência insulínica.