Avaliação Toxicológica e Gastroprotetora do extrato etanólico das folhas de Croton cordiifolius Baill em camundongos Swiss
Plantas medicinais, Croton, toxicologia, gastropatias.
Estima-se que a prevalência mundial de Úlcera Péptica (UP) seja entre 5 a 10% da população. As causas envolvem o desequilíbrio de fatores protetores da mucosa e agressores e infecção por Helicobacter pylori (H. pylori). O objetivo do presente trabalho foi investigar o potencial farmacológico de plantas medicinais como terapia alternativa, a partir da espécie Croton cordiifolius, conhecida popularmente como “quebra-faca” com uso tradicional para cicatrização, inflamação e disfunções gástricas. Foi investigada sua composição fitoquímica por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência acoplada à Espectrometria de Massas de Alta Resolução – sonda de eletrospray (UHPLC-ESI-HRMS), perfil toxicológico pelos testes de citotoxicidade, toxicidade aguda, genotóxico e mutagênico, assim como, a gastroproteção em modelos de indução de lesão ulcerativa por etanol absoluto e etanol acidificado, e seu provável mecanismo de ação através do teste de barreira física, e bloqueio das vias dos grupamentos sufidrilicos (SH), óxido nítrico (NO) e canais de k + ATP. A análise química identificou a presença de 48 compostos, os majoritários são, alcalóides (22,91%), flavonóides (22,91%) e fenilpropanóides (14,58%). Na citotoxicidade as porcentagens de inibição de crescimento celular foram de K562 (48,35%), TH-29 (32,76%), NCI H292 (24,53%) e Vero CCL-81(12,62%) não sendo citotóxica em nenhuma linhagem testada. Tanto na toxicidade aguda, quanto no ensaio genotóxico e mutagênico, na maior dose (2.000 mg/kg) houve sinais de toxicidade, sendo necessário a repetição utilizando a dose de 300 mg/kg, em ambos os testes o EECc mostrou-se seguro. Para gastroproteção, foram testadas as doses de 50, 100 e 200 mg/kg, no modelo de etanol absoluto, nas doses 100 e 200 mg/kg do EECc reduziram os índices de lesões ulcerativas (ILU) em 95,79% e 95,85%, respectivamente. Na indução por etano/HCL todas as doses (50, 100 e 200 mg/kg) reduziram ILU em 92,43%, 98,57% e 96,36%, respectivamente. No teste de barreira a administração via oral reduziu ILU em 95,85%, enquanto na via intraperitoneal não apresentaram percentuais de area protegida, sugerindo que o EECc não possui atividade sistêmica. Para elucidação do mecanismo de ação, a única via em que o EECc não apresentou percentual de proteção, foi com o bloqueio dos grupamentos sulfidrílicos pela substância N-etilmaleimida (NEM), evidenciando ser por essa via seu efeito gastroprotetor.