DESENVOLVIMENTO DE NOVA FORMA FARMACÊUTICA DE IVERMECTINA SÓLIDA ORAL (DOSE-FIXA) PARA TRATAMENTO DE ESTRONGILOIDÍASE DISSEMINADA
Ivermectina; nanotecnologia; Estrongiloidíase; Doenças Tropicais negligenciadas; Sistema de liberação de farmacos
A Ivermectina (IVM) é um fármaco de amplo espectro com ação antiparasitária, utilizado como tratamento de primeira escolha em diversas parasitoses, como a estrongiloidíase. A estrongiloidíase, parasitose causada por helmintos do gênero Strongyloides, pode se manifestar de 2 formas: não disseminada, mais leve, e disseminada, mais grave e com maior índice de mortalidade. Apesar de na forma não disseminada dessa patologia a IVM de dose única ser bem tolerada, na forma disseminada, a IVM é recomendada, porém em doses múltiplas e prolongadas, principalmente pela razão da baixa biodisponibilidade oral do fármaco. Este esquema terapêutico prolongado é menos tolerado pelos pacientes, podendo ocorrer efeitos colaterais e até resistência ao medicamento. Por esse motivo, estudos recentes vêm buscando desenvolver novas tecnologias de formulação para solucionar os problemas associados ao tratamento prolongado da estrongiloidíase disseminada com a IVM. O estudo de Souza et al. (2023) mostrou-se como um destes estudos, no qual produziu uma nova formulação de IVM não tóxica e estável, baseada em nanocápsulas poliméricas (NC-IVM), que mostrou açãoantiparasitária superior a IVM livre, em ensaios in vitro. Devido a isso, o atual projeto visa desenvolver farmacotecnicamente uma nova forma farmacêutica sólida oral (dose-fixa) de IVM, a partir das nanocápsulas poliméricas produzidas por Souza et al. (2023), e verificar o perfil farmacocinético do medicamento desenvolvido, com o objetivo de analisar se este é ideal para tratamento da estrongiloidíase disseminada a partir de uma única dose.