NANOPARTÍCULAS DE POLI (ε-CAPROLACTONA) CARREGADAS COM RESVERATROL PARA TRATAMENTO DO CÂNCER DE MAMA: PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO PRÉ-CLÍNICA
Nanocarreador; Planejamento experimental; Liberação modificada; Viabilidade celular; Tratamento
O resveratrol tem sido estudado devido ao seu potencial antineoplásico in vitro, especialmente contra linhagens de câncer de mama em sinergismo com tratamentos convencionais. No entanto, é classificado como classe II pelo sistema de classificação biofarmacêutica, apresentando baixa solubilidade, instabilidade e intenso metabolismo. Visando resolver esses problemas, este trabalho objetivou obter, caracterizar e avaliar a liberação de sistemas de resveratrol com estrutura em escala nanométrica. Foi validado um método de quantificação do resveratrol por espectroscopia de absorção na região do ultravioleta-visível (UV-Vis) para o doseamento dos sistemas. Os sistemas foram obtidos pelo método de nanoprecipitação e emulsão com evaporação de solvente para obter nanoesferas e nanocápsulas, respectivamente. As caracterizações foram realizadas por UV-Vis, espectroscopia de absorção na região do infravermelho com transformada de Fourier (FTIR), difratometria de raios-X (DRX), calorimetria exploratória diferencial (DSC) e microscopia eletrônica de varredura por transmissão (STEM) para avaliar a formação dos sistemas. Ensaios de liberação in vitro nas condições sink em diferentes pHs evidenciaram o perfil de liberação do resveratrol dos nanosistemas. As nanoesferas apresentaram 73,23% e as nanocápsulas 86,57% de eficiência de encapsulamento. O DRX mostrou significativa redução na cristalinidade do fármaco, confirmada pelo STEM e pelo DSC, juntamente com as demais análises que corroboraram a formação das nanopartículas. Nos estudos de liberação nas condições sink, as nanoesferas liberaram em torno de 52% de resveratrol em 48 horas, enquanto as nanocápsulas liberaram cerca de 73% do fármaco incorporado nas 48 horas analisadas. Além disso, os resultados dos ensaios de MTT com células MCF-7 demonstraram a eficácia das nanopartículas. As células foram expostas a diferentes concentrações de resveratrol encapsulado em nanoesferas e nanocápsulas, bem como ao resveratrol livre. Após 48 horas de incubação, as nanopartículas contendo resveratrol apresentaram uma redução significativa na viabilidade celular comparada ao resveratrol livre, indicando um potencial maior para induzir citotoxicidade nas células cancerígenas. Dessa forma, obtiveram-se nanopartículas capazes de melhorar as limitações de solubilidade do resveratrol, com melhores taxas de dissolução, modulação de liberação e eficácia em ensaios biológicos in vitro.