“O machucado que não tem band-aid”: representações sociais de violência psicológica entre mulheres de um serviço especializado em atendimento de mulheres em situação de violência
violência contra a mulher, violência psicológica, representações sociais
A violência psicológica se constitui a partir de uma conduta que causa danos emocionais através das manipulações, agressões verbais ou qualquer outra forma que ocasione prejuízos à saúde psicológica. É uma forma de violência com alta prevalência, entretanto, nota-se impasses no reconhecimento e enfrentamento. Considerando que os conteúdos representacionais da violência estão atrelados aos aspectos históricos, culturais, políticos e sociais que envolvem este objeto de estudo e que a Violência Psicológica marca a realidade das mulheres, este projeto questiona: Como são construídas as representações Sociais de mulheres sobre Violência Psicológica? A partir disto, o presente trabalho tem como objetivo geral compreender as Representações Sociais de mulheres que vivenciaram situações de violência conjugal sobre Violência Psicológica. Trata-se de um estudo descritivo, na abordagem qualitativa, realizado em um serviço especializado em atendimento de mulheres em situação de violência da região metropolitana de Pernambuco.Os relatos obtidos após a realização da entrevista semi estruturada foram submetidos a análise textual do software Iramuteq. O conteúdo textual foi subdivido em 5 classes, formadas por dois eixos temáticos. O Eixo 1- Desvelando a Violência Psicológica composto pelas classes 1 – O reconhecimnto da Violência Psicológica e 4 – (Des)Naturalização da Violência Psicológica que trazem os relatos de violência psicológica e os caminhos percorridos para identificação e enfrentamento destas situações; O Eixo 2 - Enfrentamento da Violência Psicológica foi composto pelas classes 2 – Continuidade das violências, a classe 3 – Divórcio, filhos e dependência financeira e 5 – Judicialização da Violência Psicológica que trouxeram os trâmites judiciais, sociais e relacionais que atravessam as violências após o rompimento do vínculo conjugal como orientações jurídicas, pedido de medidas protetivas, pactuação da guarda dos filhos, além das importunações que acontecem após o rompimento conjugal e as violências institucionais vivenciadas nas delegacias especializadas