Otimização da Gestão de Águas sob Incerteza com Programação Estocástica: O Caso da Transposição do Rio
São Francisco
Gestão integrada de recursos hídricos (GIRH); Transposição do Rio São Francisco; CODEVASF; Otimização estocástica; Sustentabilidade na distribuição de
água; Disponibilidade hídrica.
A gestão eficiente dos recursos hídricos é um desafio crucial, especialmente em regiões
áridas, como o Nordeste do Brasil, onde a escassez de água limita o desenvolvimento
econômico. A transposição do Rio São Francisco, em particular, impôs novas pressões
sobre a disponibilidade e a qualidade da água, exigindo uma gestão mais eficaz e
valorizando a sustentabilidade na distribuição hídrica. Este estudo visa avaliar a atuação
da CODEVASF (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do
Parnaíba), considerando sua posição estratégica como operadora federal das águas
transpostas pelo Projeto de Integração do São Francisco (PISF). O estudo propõe a
modelagem da operação da CODEVASF, ano a ano, como um problema de otimização
estocástica. O objetivo é identificar os valores ótimos de adução anual que a operadora
federal deve solicitar para maximizar o retorno esperado dessa água, levando em conta
incertezas físicas, como a disponibilidade hídrica, além dos valores regulados, que
incluem os preços de compra e venda da água e os volumes de demanda a serem atendidos
nos pontos de entrega, por tipo de uso, em cada estado. Os resultados indicam que, se a
operadora federal tiver como principal objetivo a maximização de lucros, o cenário
baseado nos valores outorgados é o mais vantajoso, pois gera o maior lucro acumulado
ao longo do período. O cenário seco, por sua vez, apresenta lucros próximos aos do
cenário com valores outorgados, sugerindo maior equilíbrio entre custos e receitas, o que
pode proporcionar maior previsibilidade financeira. Em termos de sustentabilidade e
disponibilidade hídrica, o cenário chuvoso, embora com menor lucro, pode ser mais
vantajoso, uma vez que há um consumo reduzido de água e menores custos operacionais.