TENDÊNCIAS RECENTES DO DESENVOLVIMENTO
REGIONAL DO BRASIL: O CASO DA INDUSTRIALIZAÇÃO
DO NORDESTE
Industrialização. Nordeste. Desigualdade Regional
O Nordeste é uma região que, historicamente, emergiu em um contexto
histórico de desenvolvimento econômico desvantajoso. Para entender
essa realidade, é necessário analisar o processo de industrialização no
Brasil, o qual reforçou diversos aspectos relacionados à desigualdade e
à concentração setorial e regional da renda. Em um esforço para
diminuir essa desigualdade, o governo brasileiro criou políticas
nacionais, estaduais e setoriais, como a Sudene, o I e o II PND. A
partir dos anos 2000, com o progresso econômico brasileiro, que,
consequentemente, impactou o Nordeste, o processo de
industrialização do Nordeste também foi apoiado por financiamentos
maciços do BNDES, além de ter sido beneficiado pelos investimentos
pesados em infraestrutura do PAC. Como resultado, a dinâmica
econômica do Nordeste passou a acompanhar a tendência de
crescimento do ciclo econômico nacional. Este o trabalho utiliza
revisões bibliográficas que abordam o histórico das políticas nacionais
e estaduais implementadas ao longo dos anos com o intuito de
impulsionar a industrialização da região, bem como das teorias de
desenvolvimento. Busca-se, também, analisar as mudanças ocorridas
no Nordeste a partir dos anos 2000, que impactaram não só o
desenvolvimento da região, mas também o processo de
industrialização. Concluída essa análise, o trabalho procura
compreender o processo de industrialização nordestina entre as
décadas de 2010 e 2020, em comparação com o cenário nacional, além
de identificar as características da estrutura produtiva industrial dos
estados nordestinos e sua evolução após 2010. Para estudar
quantitativamente esse cenário, utilizou-se a análise das Aglomerações
Industriais Relevantes (AIRs) brasileiras, e, posteriormente, das Aglomerações Industriais Potenciais (AIPs) da região Nordeste.
Verificou-se que, entre 2010 e 2020, o Brasil ganhou nove AIRs,
enquanto o Nordeste obteve apenas uma. Além disso, o trabalho
discute a modesta desconcentração industrial brasileira, mas evidencia
as características cristalizadas da região nordestina, como a
concentração da industrialização no litoral e a limitada diversificação
da sua base produtiva.