A POBREZA MULTIDIMENSIONAL INDÍGENA NO BRASIL: UMA PROPOSTA DE MENSURAÇÃO
A POBREZA MULTIDIMENSIONAL INDÍGENA NO BRASIL: UMA PROPOSTA DE MENSURAÇÃO
Tendo em vista as enormes desigualdades étnicas existentes no território
brasileiro, nesta tese nos propomos a analisar a pobreza multidimensional
indígena no país no ano de 2022, comparando a população indígena com a
não-indígena.
Sobre o uso do IPM específico com foco indígena no Brasil, não encontramos
literatura a esse respeito. E é essa lacuna que nos propomos preencher: através
do exercício de medição inédita da incidência e intensidade da pobreza
indígena no Brasil.
Com base nos microdados do censo demográfico do IBGE 2022, a pobreza
indígena será tratada na abordagem das capacitações de Amartya Sen. A
aplicação empírica será desenvolvida em duas etapas: i) a construção de um
índice de pobreza multidimensional para a população brasileira em geral; e ii)
a análise da pobreza multidimensional indígena. A construção do índice será
baseada no método Alkire-Foster (AF), que tem sido o mais usado
internacionalmente.
Pretendemos descrever a pobreza multidimensional no Brasil em 2022,
comparando os índices obtidos entre pessoas indígenas e não-indígenas.
Esperamos que os resultados obtidos mostrem o nível de disparidades em
termos de privações entre as pessoas indígenas e não-indígenas.
A proposta que apresentamos para o cálculo do IPM indígena pode vir a ser
útil como um indicador de monitoramento de políticas públicas voltadas para
as pessoas indígenas, se o seu cálculo for feito regularmente.
Igualmente esperamos que os resultados desta tese estimulem o debate sobre a
adoção do IPM publicamente no Brasil como uma medida de pobreza
complementar à medição oficial da pobreza monetária, de modo semelhante
ao que tem sido feito em alguns países.