PPGBA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA ANIMAL - CB DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA - CB Telefone/Ramal: (81) 8164-1131/3045

Banca de DEFESA: MARIA KAROLAINE DE MELO ALVES

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MARIA KAROLAINE DE MELO ALVES
DATA : 15/12/2025
HORA: 08:30
LOCAL: VIDEOCONFERÊNCIA
TÍTULO:

Efeitos crônicos do derramamento de óleo no peixe Stegastes fuscus (Cuvier, 1830) em áreas recifais de Pernambuco

 


PALAVRAS-CHAVES:

Biomonitoramento. Derivados de petróleo. Genotoxicidade. CYP1A1. Comportamento agressivo.

 


PÁGINAS: 140
RESUMO:

O litoral brasileiro foi atingido por petróleo bruto em 2019 e esse evento foi responsável pela contaminação de diversos ecossistemas marinhos, incluindo áreas recifais. Dentre os compostos que constituem o petróleo, os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) destacam-se por sua toxicidade aos organismos e persistência em ambientes aquáticos. Stegastes fuscus (Cuvier, 1830) é uma espécie de peixe chave nos ambientes recifais
brasileiros. Este estudo teve como objetivo obter um diagnóstico da contaminação por HPAs e do potencial tóxico desses contaminantes para indivíduos da espécie S. fuscus expostos ao petróleo bruto. Indivíduos de S. fuscus foram amostrados na área recifal do Paiva antes do aparecimento do petróleo, um dia depois da chegada do óleo na costa de Pernambuco e em meses subsequentes a esse evento. Além disso, peixes dessa espécie também foram amostrados 17, 24 e 34 meses após a chegada do óleo, em sete áreas recifais atingidas, entre elas: Janga, Paiva, Suape, Muro Alto, Cupe, Carneiros e Mamucabas e uma área recifal não atingida, em Serrambi. Paralelamente, indivíduos da espécie foram expostos em laboratório à fração acomodada de petróleo em água (FAA), nas concentrações de 50,4 e 201,5 ng ∑HAPs L-1. Metabólitos de HPAs biliares, biomarcadores genotóxicos, bioquímicos e comportamentais foram avaliados. A bile foi analisada por fluorescência fixa para detectar metabólitos dos HPAs naftaleno, fenantreno, criseno, pireno e benzo(a)pireno. A genotoxicidade foi avaliada pela presença de micronúcleos e anormalidades nucleares em eritrócitos. Os biomarcadores bioquímicos incluíram etoxiresorufina-O-desetilase (EROD), glutationa S-transferase (GST), defesa antioxidante (catalase, superóxido dismutase e glutationa), acetilcolinesterase (AChE) e peroxidação lipídica (LPO). Comportamentos agonísticos, de natação espontânea e escototaxia foram analisados em peixes expostos à FAA. Os HPAs biliares e a atividade da EROD em peixes da área recifal do Paiva foram significativamente reduzidos dois meses após o derramamento de óleo, em que os valores retornaram a níveis próximos aos que eram encontrados antes da chegada do óleo. As amostras da área recifal do Cupe apresentaram menores valores dos HPAs biliares avaliados e, dessa forma, essa área foi escolhida como referencial regional basal. Os HPAs biliares e a atividade da EROD foram mais altos em peixes amostrados 17 meses após a chegada do óleo, nos recifes do Janga, Paiva, Suape, Serrambi, Carneiros e Mamucabas do que em espécimes da área de referência (Cupe). Diferenças relacionadas ao sexo foram identificadas, em que indivíduos machos e imaturos apresentaram atividades mais elevadas da EROD, GST e CAT, e valores de atividade mais baixos para a SOD e a GSH, quando comparados às fêmeas. Frequências aumentadas de micronúcleos foram observadas nas amostras do Paiva, Suape, Serrambi e Carneiros. Em indivíduos expostos à FAA, observou-se um aumento de micronúcleos e do dano genômico total nas duas concentrações de exposição, de maneira dose-dependente. Além disso, o número de núcleos vacuolados foi mais alto significativamente em peixes expostos à 201,5 ng ∑PAHs L-1. Os resultados mostraram um aumento significativo de todos os metabólitos de HPAs biliares analisados nos peixes expostos a FAA, em comparação aos indivíduos do controle. A atividade de EROD aumentou significativamente em peixes expostos a 201,5 ng ∑PAHs L-1, enquanto os outros parâmetros bioquímicos não apresentaram alterações significativas. A exposição à FAA também ocasionou alterações comportamentais, onde peixes expostos à maior concentração passaram menos tempo na região escura da arena experimental, sugerindo um comportamento de antiansiedade. Após 96 horas, os comportamentos agonísticos foram mais evidentes no grupo controle, sugerindo que a exposição a FAA pode comprometer a capacidade dos peixes de memorizar e responder a situações ameaçadoras. Os resultados indicaram que os níveis de contaminação por HPAs na área recifal do Paiva retornaram a valores próximos aos observados antes do evento. No entanto, observa-se que a contaminação persiste de forma crônica, possivelmente devido a outras fontes e a diferentes tipos de contaminantes. A contaminação crônica por HPAs também foi observada nas demais áreas de estudo, como nos recifes do Janga, que é uma área com forte influência da urbanização e onde foram detectadas as maiores concentrações de HPAs biliares e indução de atividade enzimática EROD. Além disso, os dados indicam efeitos tóxicos e comportamentais relevantes em S. fuscus após exposição ao petróleo bruto. O monitoramento contínuo com a espécie S. fuscus é necessário para obter informações sobre o status de contaminação desses ambientes ao longo dos anos.

 


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - AFONSO CELSO DIAS BAINY
Externa ao Programa - ***.441.323-** - FIAMMA EUGÊNIA LEMOS ABREU - UFPE
Externa ao Programa - 1200149 - LILIA PEREIRA DE SOUZA SANTOS - nullExterna ao Programa - 2581104 - MONICA LUCIA ADAM - nullPresidente - 1551332 - PAULO SERGIO MARTINS DE CARVALHO
Notícia cadastrada em: 05/12/2025 08:55
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