“ESTUDO DA ENCAPSULACAO DO RESVERATROL EM NANOPARTICULAS DE POLICAPROLACTONA-QUITOSANA COM NUCLEO OLEOSO (SYAGRUS CORONATA (MART.) BECC (OLEO DE LICURI) E PARA O TRATAMENTO DA ESQUISTOSSOMOSE “
Syagrus coronata; óleo de licuri; resveratrol, nanotecnologia; mucoadesão; antioxidantes esquistossomose.
O Resveratrol é um polifenol isolado de plantas, conhecido por suas relevantes propriedades
antioxidantes e antiinflamatórias e também pode restabelecer a homeostase redox hepática, auxiliando
a reduzir doenças como diabetes mellitus, aterosclerose, doença pulmonar obstrutiva crônica e câncer.
O Syagrus coronata é uma planta conhecida popularmente como licuri, da sua semente são extraídas
o óleo que apresenta propriedade emoliente, antibacteriana, antiinflamatórias e antioxidante. A
esquistossomose é uma doença parasitária, que representa um desafio para a saúde pública,
especialmente em áreas de condições socioeconômicas precárias. O tratamento atual baseia-se no uso
do Praziquantel, um anti-helmíntico que reduz a eficácia contra as formas imaturas do Schistosoma
mansoni, a qual pode levar a infecções crônicas e falhas terapêuticas. Diante disso, há uma crescente
necessidade de explorar novas substâncias naturais com propriedades antiinflamatórias e
antioxidantes para auxiliar no tratamento da esquistossomose no combate à fibrose hepática. Todavia,
há limitações para aplicação biológica destes bioativos devido sua baixa hidrossolubilidade e
biodisponibilidade. O uso de sistemas de liberação controlada vem ganhando reconhecimento quando comparados às abordagens tradicionais, dado que evita a degradação, melhora a biodisponibilidade
aumentando a atividade biológica. A quitosana, polissacarídeo natural e biodegradável apresenta
propriedades mucoadesivas. Sistemas poliméricos revestidos de quitosana, permite controlar o tempo
que os sistemas permanecem na mucosa e a velocidade com que liberam o princípio ativo, melhorando
a eficácia do tratamento. Aliar a nanotecnologia no intuito de refinar as propriedades terapêuticas de
bioativos, permite, desenvolver sistema de liberação controlada, proteger de oxidação, aumentar a
biodisponibilidade, favorecendo sua utilização no mercado farmacêutico. Dessa maneira, o uso do
resveratrol associado ao óleo de licuri emergem como valiosas fontes de substâncias bioativas com
considerável potencial terapêutico para o tratamento da Schistosoma mansoni. O objetivo deste
trabalho é o desenvolver e caracterizar nanoparticulas de Poly(ε-caprolactone) (PCL) com núcleo
lipídico de óleo de Syagrus Coronata (licuri) revestidas de quitosana encapsulando resveratrol, avaliar
seu potencial mucoadesivo, antioxidante, além de avaliar o potencial esquistomicida. Nanopartículas
de PCL de núcleo oleoso (óleo de licuri) revestidas com quitosana (QS) a 10% e 20% contendo
resveratrol (RS) foram desenvolvidas pelo método de deposição interfacial e caracterizados através
de tamanho médio de vesículas (TM), índice de polidispersão (PDI), potencial zeta (ζ) e análise
morfológica através da Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV). Em continuação foram avaliadas
suas propriedades mucoadesivas e antioxidantes. As formulações apresentaram aspecto homogêneo, leitoso, com efeito Tyndall, características de sistemas coloidais. As nanoparticulas de poli(ε-caprolactona com núcleo oleoso (óleo de licuri) brancas apresentaram 368,72 ± 91,50 nm; PDI 0,255 ±0,08; -26 ± 5,2 mV e pH 7,03 ± l,20 e a contendo resveratrol 533,91 ±186,7 nm; PDI 0,371±0,11; -26,57 ±2,01 mV e pH 7,19±0,20. Por outro lado nas formulações de PCLrevestidas de Quitosana a 20% observou 1225,86± 416,55 nm, PDI 0,369±0,19 e 20,44±8,1 mV e pH 6,03±0,20 e 1275,91±246,55, PDI 0,322±0,21 e 19,9±2,66 mV e pH 6,05±6,03, respectivamente para formulação branca e contendo o resveratrol. A eficiencia de encapsulação foram 60,05%±2,25 e 52,55±1,35, respectivamente plara as nanopartículas de PCL de óleo de licuri contendo resveratrol e as nanoparticulas PCL-Quitosana de óleo de licuri contendo resveratrol. Os resultados de MEV evidenciaram a formação de nanopartículas de PCL de óleo de licuri esféricas com a presença de uma nuvem de quitosana em volta dos sistema revestidos. Nos ensaios de estabilidade ao longo do tempo, as formulações armazenadas a 4 o C mantiveram a sua estabilidade durante 90 dias, evidenciando redução do tamanho das nanopartículas revestidas de quitosana, podendo supor ser o dissociação da quitosana em função do tempo, em decorrência de ser uma interação eletrostática. Os ensaios antioxidantes através dastécnicas DPPH, ABTS e CAT revelam que a ação antioxidante do resveratrol fora mais eficiente na forma encapsulada, destacando as formulações não revestidas de quitosana. Nos ensaios in vivo, o resveratrol livre frente aos vermes adultos de S. mansoni, apresentou uma ação dose-dependente. Nas maiores concentrações estudadas (20μM/10μM) foi visualizado uma redução nos movimentos corporais, desacasalamento e mortalidade progressiva dos vermes, com letalidade total. Alterações graduais foram vistas nas concentrações 5μM/2,5μM ao longo do tempo. Por outro lado o uso de nanopartículas de PCL de óleo de licuri revestidas de quitosana contendo resveratrol não demonstraram nenhuma alteração nos vermes, permanecendo estável durante os 5 dias de análise. A encapsulação do óleo de licuri e do resveratrol em nanoparticulas PCL-quitosana apresentou propriedades mucoadesiva e antioxidante adequados para aplicação in vivo.