Avaliação morfológica e morfométrica do tubo neural e vesículas encefálicas de embriões de Gallus gallus domesticus tratados com Iangambina.
plantas medicinais; lignana; embriotoxicidade; tubo neural; vesículas encefálicas.
A espécie Ocotea duckei Vattimo-Gil é uma planta medicinal arbórea que possui como principal metabólito secundário a iangambina, uma lignana que apresenta atividades biológicas, tais como: ação anticonvulsivante, analgésica, anti-inflamatória e leishmanicida. Com a ausência de relatos sobre possíveis efeitos embriotóxicos, esse trabalho teve por objetivo avaliar a ação da iangambina sobre a morfogênese de embriões de Gallus gallus
domesticus, com ênfase no sistema nervoso central. Foram utilizados 225 ovos fertilizados, sendo 165 destinados à técnica de montagem total e 60 para os cortes transversais. O experimento foi dividido em três grupos: G1 (PBS pH 7,0 + 0,1% Tween 80), G2 (50 μg/ml iangambina) e G3 (65 μg/ml iangambina), sendo injetados em cada ovo 100 μL das respectivas soluções. Os ovos fertilizados foram colocados em uma incubadora a uma temperatura de aproximadamente 37,5oC por 24, 30 e 48 horas e após esse período foram
abertos e tiveram os seus embriões removidos e processados histologicamente. Foram identificadas variações comuns de estádios nos diferentes tempos de incubação. Em todos os grupos, a análise morfológica, realizada através da montagem total, revelou que na região cefálica houve o fechamento do neuróporo anterior, as vesículas ópticas tiveram um desenvolvimento normal e não foram identificadas malformações nas vesículas encefálicas primárias e secundárias. Na região caudal foi observado um desenvolvimento normal do tubo
neural, com somitos segmentados e regressão da linha primitiva. Os cortes transversais revelaram morfologia normal da aorta dorsal, da notocorda e do tubo neural. Além disso, a estrutura interna dos somitos foi preservada, sendo possível visualizar as delimitações entre dermátomo, miótomo e esclerótomo. Na análise estatística não foram identificadas diferenças significativas entre os grupos com relação à morfometria da região cefálica e da largura do tubo neural. Independentemente das concentrações testadas a iangambina não alterou a morfogênese do sistema nervoso central em embriões de Gallus gallus domesticus.