CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E GENÔMICA DA RESISTÊNCIA A ITRACONAZOL E ANFOTERICINA B EM ISOLADOS PATOGÊNICOS DE Sporothrix brasiliensis
CYP51. Resistência. Sporothrix. Itraconazol.
A esporotricose é uma micose causada por fungos do gênero Sporothrix, sendo S. brasiliensis a principal espécie envolvida em surtos zoonóticos no Brasil. O tratamento convencional envolve antifúngicos, com o itraconazol (ITC) sendo a primeira escolha para casos convencionais e a anfotericina B para formas graves. No entanto, a resistência ao ITC vem aumentando, comprometendo a eficácia terapêutica. A presente pesquisa analisou a resistência ao ITC em 13 isolados clínicos de S. brasiliensis, com foco no gene CYP51, alvo dos antifúngicos azólicos. A Concentração Inibitória Mínima (CIM) foi determinada in vitro, identificando um isolado resistente ao ITC (CIM >16 μg/mL), enquanto os demais foram sensíveis. Dois isolados, um resistente (CIM >16 μg/mL) e outro sensível (CIM 0,5 μg/mL), tiveram o CYP51 sequenciado e foram submetidos à modelagem molecular e docking para avaliar as interações estruturais da proteína Cyp51 com o ITC. A análise genômica não identificou mutações conhecidas associadas à resistência, sugerindo que outros mecanismos podem estar envolvidos. A modelagem molecular indicou conservação estrutural da proteína, sugerindo que a resistência pode estar relacionada a fatores como expressão gênica alterada ou mecanismos de efluxo do fármaco. Esses achados ressaltam a necessidade de monitoramento contínuo da resistência antifúngica em S. brasiliensis, considerando a disseminação da esporotricose e as limitações do ITC. Estudos futuros são essenciais para elucidar os mecanismos moleculares da resistência e desenvolver estratégias terapêuticas mais eficazes para o controle da doença.