COMUNIDADES DE FUNGOS ENDOFÍTICOS EM JILÓ (Solanum gilo Raddi) SOB MANEJO ORGÂNICO E CONVENCIONAL
Fungos endofíticos – ecologia – tipo de manejo – diversidade
Os fungos endofíticos são caracterizados por habitarem o interior (intra ou intercelularmente) dos tecidos vegetais, não causando aparentemente nenhum dano a seus hospedeiros. O jiló (Solanum gilo), oriundo da África, é bastante cultivado e comercializado no Brasil e na África. Esse estudo teve como objetivo conhecer a comunidade de fungos endofíticos presentes em folhas de jiló cultivadas em sistemas de manejo orgânico e convencional, localizados no município de Chã Grande em Pernambuco. As folhas foram lavadas com água corrente e detergente neutro, desinfestadas em álcool 70%, hipoclorito de sódio (NaOCl) a 3% e em seguida lavadas com água destilada esterilizada. Posteriormente fragmentos das folhas foram transferidos para placas de Petri contendo Batata Dextrose Ágar (BDA) acrescido de cloranfenicol (50 mg L-1 ). Os fungos endofíticos foram identificados com base em características morfológicas e análises moleculares, utilizando diferentes marcadores (ITS rDNA, β-tubulina, GPDH e GAPDH). Foram encontrados 781 isolados de fungos endofíticos, 398 foram encontrados em cultivos orgânicos, enquanto 383 foram associados ao cultivo convencional. Os fungos isolados foram distribuídos em 20 gêneros e 50 espécies, pertencentes ao filo Ascomycota. A taxa de colonização de fragmentos por fungos endofíticos foi de 60% no sistema convencional e 49% no sistema orgânico. No cultivo convencional de jiló, o índice de Shannon foi H'=3.3, enquanto o cultivo orgânico apresentou H'=2.7. Embora o sistema convencional apresente uma maior riqueza de espécies e diversidade, não houve diferenças estatísticas significativas entre os dois sistemas. A Análise de Coordenadas Principais (PCoA) mostrou que diferentes práticas agrícolas podem influenciar diretamente a composição da comunidade de fungos endofíticos.