VARIAÇÃO DO VOLUME POLÍNICO EM CACTACEAE: OS SISTEMAS DE POLINIZAÇÃO PODEM INFLUENCIAR AS RELAÇÕES PÓLEN-PISTILO?
Biologia reprodutiva; cactos; comprimento do pistilo; sistemas diurnos e noturnos; volume do pólen.
As estruturas florais passam por modificações direcionadas como adaptações para otimizar a transferência do pólen até o estigma, e consequente fertilização. Embora as interações e variações morfométricas do pólen e pistilo possam implicar em limitações nas relações entre essas estruturas, elas ainda são pouco exploradas. Nesse contexto, o comprimento do pistilo pode ser um proxy importante para o conteúdo polínico, pois determina até que ponto o tubo polínico deve crescer para alcançar os óvulos. A variação do volume polínico também está associada à polinização biótica, pois a interação entre o pólen e as especificidades morfológicas e funcionais dos polinizadores podem desencadear processos coevolutivos, garantindo o sucesso reprodutivo das plantas. Cactaceae é uma família botânica rica em gêneros e espécies e com ampla diversidade floral e de sistemas de polinização, e assim torna-se um ótimo modelos para investigar essas correlações. Nesta pesquisa utilizamos espécies de Cactaceae para explorar e compreender se há correlação entre o volume do pólen e o comprimento do pistilo, associado aos sistemas de polinização diurnos e noturnos. Não foram obtidas correlações positivas entre o volume de pólen e o comprimento do pistilo, no entanto, como esperado, o comprimento do pistilo é influenciado pelos sistemas de polinização da espécie. Propomos que os compostos químicos que caracterizam reserva polínica pode ser um fator determinante no crescimento do tubo polínico, e que este pode ser também sustentado por nutrientes fornecidos pelos tecidos do pistilo.