Evolução da enantiostilia no gênero Senna Mill. (Fabaceae – Caesalpinioideae)
Assimetria floral, polinização por vibração, evolução da enantiomorfia, especialização floral, morfofuncionalidade da enantiostilia.
Este trabalho investiga a enantiostilia, um polimorfismo floral em que o gineceu é defletido para a direita ou esquerda, resultando em flores com morfos distintos. A pesquisa foca no gênero Senna e examina como a enantiostilia contribui para a eficiência reprodutiva e a diversificação das espécies. O estudo compara as formas recíprocas e não-recíprocas da enantiostilia e sua relação com a polinização por vibração, essencial em espécies de Senna devido às anteras poricidas, que exigem polinizadores especializados como abelhas dos gêneros Xylocopa e Bombus. Além disso, aborda a heteranteria, onde grupos de estames têm funções distintas, favorecendo a deposição de pólen em locais específicos no corpo dos polinizadores, aumentando a eficiência do fluxo polínico. A análise filogenética revela que a enantiostilia pode ter surgido independentemente em diferentes linhagens de angiospermas, como uma adaptação a pressões seletivas. A pesquisa conclui que, embora rara, a enantiostilia desempenha um papel crucial na evolução dos sistemas reprodutivos de Senna, promovendo especialização floral e garantindo sucesso reprodutivo por meio de interações coevolutivas com polinizadores. A diversificação de formas enantiostílicas reflete tanto pressões ambientais quanto interações bióticas, contribuindo para a compreensão da evolução floral e dos padrões de polinização em angiospermas.