EVOLUCAO CROMOSSOMICA EM PLANTAS: UM ENFOQUE CITOGENETICO E GENOMICOS EM FEIJOES (Phaseolus L.) e ROSAS (Rosa L.)
Centrômeros, Disploidia, Genômica comparativa, Meiose, Poliploidia
Os genomas vegetais apresentam grande variação em sua organização estrutural. Essas variações contribuem para a diversificação de plantas, mas pouco ainda se sabe sobre quais eventos e mecanismos específicos moldaram os genomas atuais de diferentes linhagens e os impactos desses eventos em particular. Dentre as várias mudanças cromossômicas importantesdo ponto de vista evolutivo, as disploidias são alterações numéricas envolvendo um ou poucoscromossomos sem perda significativa de material genético. Embora frequentemente associadasaos eventos de diploidização pós-poliploidia, as disploidias são a causa da mudança no númerocromossômico básico mesmo em grupos que não sofreram poliploidia recente. A “fusão” e“fissão” de cromossomos que ocorrem durante eventos de disploidia implicam em perda, ganho,ou mudança nos centrômeros envolvidos, fenômeno que foi relatado em feijões do gêneroPhaseolus (Leguminosae). Em plantas alopoliploides assimétricos, a divisão meiótica pode ser comprometida pela formação de polivalentes durante o pareamento dos homólogos ou pela troca de material genético entre os cromossomos homeólogos. Esses fenômenos podem ser contornados por adaptações meióticas, como observado em rosas pentaploides (Rosa spp. Rosaceae). Aqui, aprofundamos as análises cromossômicas que temos realizado em Phaseolus, de modo a esclarecer os principais eventos que moldaram os genomas disploides do grupo Leptostachyus. Além disso, para Rosa, investigamos a organização dos subgenomas de forma comparativa com outras espécies poliploides e diploides do gênero, bem como investigamos os traços genômicos ligados a um possível drive meiótico. Para isso, realizamos sequenciamento com reads longos e realizamos a montagem e anotação dos genomas de Phaseolus leptostachyus (2n = 20) e Rosa canina (2n = 5x = 35) visando entender os eventos e mecanismos envolvidos em sua reestruturação genômica, seja ela dada por eventos de disploidia, no caso de P. leptostachyus, ou de poliploidia, em Rosa canina. Além disso, ampliamos as análises por meio de oligo FISH que recentemente foram implementadas em Phaseolus e Vigna para outras espécies de Phaseolus, em especial a espécie irmã de P. leptostachyus, P. micranthus, e espécies pertencentes ao clado A, ainda subamostrado. Por fim, caracterizamos em mais detalhes os centrômeros por meio de genômica comparativa de modo a caracterizar a organização de elementos repetitivos no contexto genômico e sua evolução num contexto de reestruturação genômica. Assim, investigamos os eventos de rearranjos estruturais relacionados a disploidias e poliploidia por meio da citogenômica comparativa.