DINÂMICA DE POPULAÇÕES DE FORMIGAS CORTADEIRAS: CONTROLES ASCENDENTES E DESCENDENTES
formigas cortadeiras, controle ascendente, controle descendente, Caatinga.
Nas regiões neotropicais, a herbivoria por formigas cortadeiras desempenha um papel fundamental, influenciando a estruturação das comunidades vegetais, funções ecossistêmicas e a sucessão ecológica. Embora se beneficiem de perturbações antrópicas, sua dinâmica populacional a longo prazo em florestas sazonalmente secas, como a Caatinga, ainda é pouco compreendida. Este estudo investigou a estabilidade populacional de formigas cortadeiras ao longo de 7 anos no Parque Nacional do Catimbau, analisando os efeitos de controles ascendentes e descendentes. Os resultados indicam que as densidades populacionais permanecem elevadas em áreas perturbadas próximas a estradas (17,62 colônias/ha). A expectativa de vida das colônias foi estimada em 8,42 anos, com uma taxa de substituição anual de 11,8%. Observamos maiores densidades de tocas de tatus em áreas conservadas, distantes das estradas, evidenciando que o relaxamento do controle descendente, causado pela redução de predadores naturais, foi um fator determinante para essa proliferação. Adicionalmente, observamos que plantas com maiores concentrações de metabólitos secundários e menor conteúdo nutricional apresentaram menores taxas de herbivoria, sugerindo a influência do controle ascendente sobre as populações de formigas cortadeiras. Desta maneira, os achados deste estudo indicam que perturbações antrópicas promovem a proliferação de formigas cortadeiras devido ao relaxamento do controle descendente e à influência do controle ascendente, impactando negativamente a regeneração vegetal e a biodiversidade da Caatinga.