Revisitando a evolução de Sincoraea Ule através de uma abordagem integrativa
Bromelioideae, campos rupestres, tamanho genômico, diferenciação ecológica, nível de ploidia.
Sincoraea Ule (Bromeliaceae, Bromelioideae) compreende 11 espécies microendêmicas dos Campos Rupestres da Bahia e de Minas Gerais. Anteriormente incluído em Orthophytum Beer, o gênero foi reestabelecido com base em evidências filogenéticas e morfológicas. Estudos citogenéticos sugerem uma tendência de espécies diploides (2n = 50) ocorrerem em ambientes úmidos e sombreados, enquanto as tetraploides (2n = 100) predominam em habitats secos e ensolarados. No entanto, essa relação entre ploidia e condições ecológicas ainda não foi formalmente testada. Este estudo investiga a variação do tamanho do genoma, as relações filogenéticas, biogeográficas e a adaptação ao nicho ecológico no gênero. Análises filogenéticas e biogeográficas, com marcadores nucleares (PHYC, ETS, AGT1) e plastidiais (trnH-psbA), confirmaram seu monofiletismo e revelaram clados geográficos ao sul e ao norte da Serra do Espinhaço, separados por um evento de vicariância. Diferenças significativas em precipitação, temperatura e radiação solar evidenciam a divergência de nicho ecológico entre diploides e poliploides, sendo estes últimos restritos a áreas de maior radiação solar e menor precipitação. A combinação de dados citogenéticos, ecológicos e filogenéticos reforça a importância da adaptação ao ambiente na evolução do gênero, fornecendo subsídios para estudos futuros sobre sua diversificação e persistência.