RELAÇÃO DA DINÂMICA DA FLORAÇÃO E DO FLUXO POLÍNICO ENTRE ESPÉCIES SINCRONOPÁTRICAS E ENANTIOSTÍLICAS DE Chamaecrista MOENCH. (FABACEAE)
Hercogamia recíproca; funcionalidade morfológica; fenologia da floração; polinização interespecífica.
A diversificação sexual em plantas é um tema central na ecologia da polinização, especialmente em espécies com necessidade de cruzamento entre morfos, como na enantiostilia. Investigamos as influências da dinâmica de produção de morfos e da sincronopatria na fenologia da floração e na reprodução de espécies enantiostílicas, além de verificar a presença e os efeitos da interferência do pólen heteroespecífico (HP) na formação de frutos e sementes em quatro espécies de Chamaecrista (Fabaceae) ocorrentes na Reserva do Patrimônio Natural de Maracaípe, PE. No primeiro capítulo, acompanhamos a fenologia e a produção de morfos florais ao longo de dezoito meses e verificamos a ocorrência de isopletia em indivíduos e populações de Chamaecrista diphylla, C. flexuosa, C. ramosa e C. rotundifolia. Observamos proporções gerais de morfos semelhantes às descritas em estudos prévios. No entanto, em nível individual, encontramos variações funcionais nos morfos, relacionadas ao número de flores, sugerindo adaptações ainda pouco compreendidas. No segundo capítulo, testamos a influência de pólen heteroespecífico no sucesso reprodutivo das mesmas espécies de Chamaecrista. Confirmamos que o HP reduz o fitness reprodutivo, variando conforme as espécies e os morfos envolvidos. Cruzamentos coespecíficos favorecem a frutificação, reforçando o papel da enantiostilia como barreira reprodutiva. Além disso, espécies coflorescentes influenciam a deposição de pólen de forma complexa, dependendo da proporção de mistura de pólen e características florais. Os resultados destacam os mecanismos de isolamento reprodutivo e estratégias adaptativas em ambientes biodiversos, avançando no entendimento da interação planta-polinizador.