DINÂMICA DAS CORES DE FLORES: INTERAÇÃO ENTRE PISTAS VISUAIS, FENOLOGIA E MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Aquecimento global, conspicuidade, fenologia tropical, guia de recurso, padrão de pigmentação floral, visão de abelha.
As cores das flores atraem polinizadores, que as percebem pelo contraste com o background. A percepção pode variar devido a mudanças sazonais desse contraste, e pela alteração de cor e floração ocasionada por mudanças climáticas. Sendo assim, o trabalho investiga a influência 1) da sazonalidade na floração e contraste de flores na Caatinga e 2) das mudanças climáticas sobre a proporção UV intrafloral (UVP) e floração em diferentes ecossistemas. Para o primeiro objetivo, a floração da comunidade no PARNA Catimbau foi monitorada durante um ano. Foi medida reflectância das flores e categorizadas quanto a visão humana e de abelhas. Foi calculado contraste verde e de cor e comparado ao background das estações chuvosa e seca. Quanto ao segundo objetivo, foram medidos a UVP de flores e obtidos dados de floração nos últimos 50 anos em espécimes herborizados de seis espécies que ocorrem na Caatinga e Mata Atlântica. UVP e floração foram relacionadas a diferentes variáveis climáticas. Nossos resultados demonstraram que flores do Catimbau possuem diversas cores, com picos de floração e percepção ocorrendo em diferentes estações dependendo do polinizador. Já os dados históricos revelaram que a UVP diminui com aumento da temperatura, precipitação e altitude. Aumento da temperatura e precipitação antecipa e adia a floração, respectivamente. Essas evidências contribuem para compreensão de como a atratividade e floração pode ser alterada a depender das estações do ano e das mudanças climáticas.