COMPOSIÇÃO FENÓLICA EM PLANTAS MEDICINAIS LENHOSAS DA CAATINGA EM RELAÇÃO À VERSATILIDADE DAS ESPÉCIES E SOB EFEITO DA PRECIPITAÇÃO
Ecologia química; Etnobotânica; Fenólicos; Plantas versáteis; Pluviosidade; Semiárido brasileiro.
As plantas são amplamente usadas como recursos medicinais, com sua atividade biológica ligada a compostos secundários, como os fenólicos. Embora não essenciais para o crescimento, esses compostos são fundamentais para o desenvolvimento e resistência ao estresse. Na Caatinga, bioma seco do Brasil, a eficácia das plantas medicinais é atribuída a compostos como fenóis, taninos e flavonoides. Diante disso, investigamos se existe uma relação entre a versatilidade das plantas, medida pelo valor de importância relativa (IR), e a quantidade desses compostos. Amostras de cascas foram analisadas para fenóis totais (reagente Folin-Ciocalteu), taninos (precipitação com caseína) e flavonoides (complexação com cloreto de alumínio), mas não houve diferença significativa entre plantas de alta e baixa versatilidade. Também avaliamos o efeito da pluviosidade, com amostras coletadas em áreas de baixa e alta precipitação. Contrariando expectativas, fenóis e taninos foram mais altos nas áreas de maior pluviosidade, enquanto os flavonoides não variaram. Cerca de 40% das espécies apresentaram maiores teores de flavonoides em áreas de baixa precipitação. As coletas ocorreram no Parque Nacional do Catimbau, em Pernambuco. Além disso, o estudo sistematiza dados sobre a composição fenólica em plantas lenhosas da Caatinga, reunindo informações da literatura e identificando lacunas no conhecimento sobre fenóis, taninos e flavonóides nas espécies.