Banca de DEFESA: BRUNO CARLOS DOS SANTOS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: BRUNO CARLOS DOS SANTOS
DATA : 26/08/2025
HORA: 09:00
LOCAL: Sessão remota de videoconferência
TÍTULO:

UBERIZACAO DO TRABALHO E A ESPACIALIDADE DOS TRABALHADORES VIA PLATAFORMAS DIGITAIS: UM REFLEXO DA CRISE CONTEMPORANEA

PALAVRAS-CHAVES:

Uberização do trabalho. Plataformas digitais. Informalidade. Espacialidade urbana. Recife.

PÁGINAS: 55
RESUMO:

O presente trabalho analisa o processo de uberização do trabalho como expressão das transformações estruturais do capitalismo contemporâneo. A investigação parte do contexto de reestruturação produtiva iniciado na década de 1970, marcado pela crise do modelo fordista-keynesiano e pela ascensão da acumulação flexível, caracterizada pela intensificação da informalidade, terceirização e precarização das relações de trabalho. As plataformas digitais, mediante o uso de tecnologias da informação e sistemas de geolocalização, passaram a intermediar as relações laborais, transferindo aos trabalhadores os custos e os riscos da atividade, enquanto promovem uma aparência de autonomia. Esse modelo é sustentado pela lógica neoliberal e pela desregulamentação dos vínculos empregatícios, estabelecendo uma nova forma de subordinação mediada por algoritmos. A pesquisa fundamenta-se em uma abordagem crítica, ancorada em revisão bibliográfica de autores como David Harvey, Ricardo Antunes, Ludmila Abílio, entre outros, e articula essa base teórica com uma investigação empírica conduzida por meio da realização de entrevistas semiestruturadas com motoristas e entregadores atuantes em plataformas como Uber e iFood, nos bairros da zona sul dos municípios de Jaboatão dos Guararapes e Recife/PE. A análise das experiências desses trabalhadores revela jornadas prolongadas, endividamento para aquisição e manutenção dos instrumentos de trabalho, e ausência de proteção social. A flexibilidade, frequentemente destacada como vantagem, corresponde a uma dinâmica de intensificação do trabalho, com remunerações condicionadas a sistemas de pontuação (score) e riscos permanentes de bloqueios. A informalidade aparece como estratégia de inserção frente ao desemprego estrutural, resultante do avanço tecnológico e do capital financeiro. O estudo também examina as espacialidades produzidas por esses trabalhadores, por meio da análise de suas rotas, zonas de espera e circulação, em articulação com a realidade socioeconômica dos bairros de Candeias, Piedade e Boa Viagem.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 3106437 - ANA CAROLINA GONCALVES LEITE
Externo à Instituição - DANIEL MANZIONE GIAVAROTTI
Interno - 2105478 - RODRIGO DUTRA GOMES