GEOGRAFIA ESCOLAR E O SEMIÁRIDO BRASILEIRO: CONSTRUINDO NOVOS OLHARES A PARTIR DE UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA
Região semiárida. Semiárido brasileiro. Geografia escolar. Sequência didática. Estereótipos.
O Semiárido Brasileiro (SAB) tem sido historicamente alvo de estereótipos negativos, resultantes de fatores sociais, culturais, políticos e econômicos. Esses discursos destacam as dificuldades impostas pelas secas, desconsiderando as potencialidades da região em termos paisagísticos, biológicos, geográficos e socioeconômicos. Essa percepção limitada consolidou uma visão preconceituosa sobre o SAB, que ainda predomina no imaginário popular. Em resposta a esse cenário, a Geografia escolar é vista como um instrumento crucial para desmistificar esses paradigmas, promovendo um entendimento mais complexo e realista da região. Partindo dessa problemática, a pesquisa buscou responder a questões centrais: Como os estereótipos sobre o SAB foram formados?; De que forma a Geografia escolar pode contribuir para ampliar o entendimento sobre essa região?; Qual é a percepção dos estudantes em relação ao SAB?; e Quais recursos didáticos podem ser utilizados para repensar os estereótipos associados ao Semiárido?. O estudo foi realizado com estudantes do sétimo ano do Ensino Fundamental na Escola Souza Veras, em Pernambuco, por meio de uma sequência didática aplicada nas aulas de Geografia. Desse modo, o objetivo geral consiste em compreender a percepção de estudantes do 7ª ano do Ensino Fundamental em relação ao Semiárido Brasileiro, desenvolvendo uma sequência didática durante as aulas de Geografia com o intuito de repensar os estereótipos mais comuns relacionados a essa região. Os Objetivos Específicos incluem: analisar o processo histórico de ocupação e delimitação da região, investigar a origem dos estereótipos, explorar a evolução do ensino de Geografia no Ensino Fundamental e desenvolver práticas pedagógicas voltadas à desconstrução de preconceitos sobre o Semiárido. A pesquisa utilizou uma abordagem qualitativa, com foco na aplicação de uma sequência didática. No Capítulo 1 encontra-se uma abordagem histórica de ocupação do SAB, juntamente com seus aspectos físicos-geográficos. O Capítulo 2 analisa os estereótipos regionais e suas influências na percepção social. O Capítulo 3 contextualiza a Geografia escolar, destacando sua relevância para o estudo do SAB. No Capítulo 4, são detalhadas as etapas de aplicação da sequência didática, incluindo os métodos adotados para compreender e transformar as percepções dos estudantes. Os resultados reforçam que a Geografia escolar tem o potencial de mudar a visão limitada sobre o Semiárido, valorizando suas características únicas e promovendo um entendimento mais abrangente. Através de práticas pedagógicas críticas e inclusivas, incluídas na sequência didática, é possível transformar os discursos que historicamente marginalizaram o SAB, permitindo que estudantes reconheçam tanto os desafios quanto as riquezas dessa região.