POR TERRITÓRIOS FÚNEBRES DO RECIFE: MORTE E VIDA NOS BAIRROS DA VÁRZEA E CASA AMARELA
Território. Geossímbolos. Cemitério. Várzea. Casa Amarela. Recife.
Desde o período paleolítico, a cultura fúnebre do homem envolve rituais e cerimônias para os mortos, com o Cristianismo popularizando o uso de cemitérios para evitar epidemias e preocupações médico-higienistas. No Brasil, cemitérios públicos foram construídos no século XIX para higienizar as cidades e evitar doenças. No Recife, os cemitérios dos Ingleses, Santo Amaro e Várzea foram construídos para atender às necessidades da época. O Cemitério Público da Várzea e Casa Amarela no Recife, são analisados como território sagrado demarcado geossimbolicamente por seus usuários, que têm diferentes usos, ritos e objetos lúgubres no local. A dissertação de mestrado propõe uma análise das relações dos moradores da Várzea e de Casa Amarela com os seus respectivos cemitérios, incluindo questões sanitárias, ambientais e condições de trabalho dos funcionários. As relações no cemitério revelam paradoxos na escala do bairro, com moradores demonstrando tanto proximidade quanto rejeição ao local dos mortos. O estudo metodologicamente se baseia na formação urbana do Recife e do bairro da Várzea e de Casa Amarela, além de trabalhos acadêmicos sobre cemitérios e os conceitos de bairro, território e geossímbolo. Trabalhos in loco foram realizados no bairro e no cemitério tanto da Várzea quanto Casa Amarela para coletar informações, entrevistas e fotografias essenciais para a pesquisa.