UBERIZAÇÃO DO TRABALHO E A ESPACIALIDADE DOS TRABALHADORES VIA PLATAFORMAS DIGITAIS: UM REFLEXO DA CRISE CONTEMPORÂNEA DO TRABALHO
Uberização. Trabalho. Espaço urbano. Crise. Recife.
Emergindo da lógica de flexibilização e exploração desregulamentada, o processo de uberização do trabalho opera com maestria no trabalhador informal que se vê despojado de direitos, garantias e proteções associados ao trabalho, tomando para si todos os riscos e custos das atividades laborais. Sendo assim, este trabalho apresenta e discute elementos investigados sobre o processo de uberização do trabalho como reflexo da crise contemporânea do trabalho, suas implicações socioeconômicas e nos espaços urbanos. Inicialmente, destacando o conceito de uberização do trabalho, são expostas, brevemente, as consequências da crise nas relações de trabalho formal e informal no Brasil. Em seguida, analisa-se como os entregadores que atuam via plataformas são submetidos à lógica da flexibilização do trabalho e de um pseudo empreendedorismo, estratégias que, na realidade, intensificam a extração da mais-valia em benefício do capital, aprofundando a exploração do trabalhador uberizado. Na sequência, aborda-se a relação entre o trabalho uberizado e a criação de novas dinâmicas espaciais pelos entregadores, evidenciando como suas práticas cotidianas nas cidades contribuem para a manutenção, transformação e reconfiguração dos espaços urbanos. Apresentam-se as dinâmicas espaciais a partir de trabalhadores uberizados na Zona Sul da Região Metropolitana do Recife, nos municípios de Jaboatão dos Guararapes e Recife, com foco, respectivamente, nos bairros de Barra de Jangada, Candeias, Piedade, Prazeres e Boa Viagem.