IMPACTOS CUMULATIVOS DO DESMATAMENTO E A VULNERABILIDADE DOS SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS NOS MANGUEZAIS DOS RIOS IPOJUCA E MEREPE: CONTRIBUIÇÕES PARA A AGENDA 2030
Sensoriamento remoto. Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE). Degradação ambiental.
Os manguezais são responsáveis por vários serviços ecossistêmicos ofertados às comunidades costeiras, incluindo itens essenciais para a subsistência de diversas formas de vida e dos moradores desses locais. Ameaças antrópicas intensivas nas áreas costeiras resultaram em um declínio dramático na cobertura global de manguezais gerando impactos cumulativos e ameaças a esse ecossistema. O objetivo desta pesquisa investiga os efeitos dos impactos cumulativos do desmatamento na vegetação de mangue e sua relação com a vulnerabilidade dos Serviços Ecossistêmicos (SE) nos manguezais dos rios Ipojuca e Merepe, com o intuito de contribuir para a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030. Como procedimentos metodológicos, seguiu-se as seguintes etapas 1) Revisão bibliográfica; 2) Trabalho de campo; 3) Construção dos mapas dos índices de vegetação (IVDN, NDWI), e principais áreas produtoras de SE. Foram identificados nos manguezais dos Rios Ipojuca e Merepe serviços ecossistêmicos de provisão, regulação e manutenção e culturais, sendo os serviços de provisão os de maior quantidade. Os impactos cumulativos do desmatamento identificados são redução de espécies da fauna e da flora, erosão costeira, poluição dos rios, poluição do ar e poluição sonora. Os serviços ecossistêmicos afetados diretamente foram os serviços de provisão relacionados ao provimento de alimento, renda e materiais usados como utensílios e biocombustível. Os serviços de regulação identificados dizem respeito ao controle de poluentes, controle da erosão costeira e os relacionados à manutenção das espécies em seu local de refúgio e fonte de alimento. Os serviços ecossistêmicos culturais observados foram os passeios turísticos e atividades de recreação, contemplação e lazer. Foram identificadas treze áreas produtoras de serviços ecossistêmicos em toda a extensão do Rio Merepe e estuário conjunto dos Rios Ipojuca e Merepe. Em relação aos serviços ecossistêmicos ofertados na área de estudo, 87% dos entrevistados reconhecem que os serviços ecossistêmicos trazem benefícios â população, 84% utilizam os SE dos manguezais, 66% utilizam como fonte de renda e 6% para consumo próprio. A Vulnerabilidade dos manguezais aos impactos cumulativos foi considerada alta na área no setor 01(faixa litorânea das praias de Muro Alto e Gamboa), com 75% do nível de vulnerabilidade à perda do serviço ecossistêmico e altíssima nos setores 2,3 (CIPS e extensão do CIPS Suape) e setor 5 (comunidade Zé Pojuca), com 100% de vulnerabilidade à perda de serviços ecossistêmicos.