GEOGRAFIA PERNAMBUCANA ENTRE 1863 E 1946: INSTITUIÇÕES, TESES E PESQUISADORES
História da geografia brasileira. Pensamento geográfico brasileiro. Geografia pernambucana. Abordagem contextual.
Certos de que há uma história regional da Geografia em diferentes escalas, nos debruçamos sobre o Estado de Pernambuco. A escala regional “provinciana” (Livingstone, 2010; Raj, 2015), num país de dimensões continentais, multicultural e profundamente desigual é relevante em pesquisas sobre a Geografia brasileira. Assim, há um período intrigante e pouco estudado, que vai do final do século XIX até a década de 1930, tendo por referência o advento da República até a fundação da Universidade de São Paulo. Mas, como se processou essa fase da Geografia Brasileira em Pernambuco? A partir dessa questão, o objetivo geral da tese é de analisar a produção de pesquisas geográficas desenvolvidas entre 1862 e 1946, no âmbito do IAHGP, Ginásio Pernambucano e Escola Normal Oficial. Assim, foram definidos os seguintes objetivos específicos: I) Identificar os trabalhos geográficos, vinculados às instituições escolhidas; II) Contextualizar essas pesquisas, tendo em vista o perfil socioprofissional de seus autores, as tendências geográficas e demandas sociais; III) Caracterizar os círculos de afinidades entre esses pesquisadores. O procedimento metodológico recorreu à pesquisa documental, método hermenêutico e abordagem contextual de Vincent Berdoulay (2017). Resultaram da pesquisa documental 99 artigos da Revista do IAHGP e sete teses de Geografia vinculadas ao Ginásio Pernambucano e Escola Normal Oficial. Elegemos para a análise os textos dos autores recorrentes na Revista do IAHGP e das teses de Geografia. A compreensão desses textos nos permitiu reinterpretar o passado científico pernambucano e brasileiro, caracterizado por pesquisas geográficas que uniram ciência e cultura.