REPRESENTAÇÃO, IDENTIDADE E DIFERENÇA: INSTRUMENTOS DE NEGAÇÃO DO DIREITO AO TERRITÓRIO INDÍGENA PANKARÁ DA SERRA DO ARAPUÁ NO SERTÃO DE PERNAMBUCO
Território. Representação. Identidade. Diferença. Indígena. Pankará.
Esta pesquisa trata da relação entre território, identidade e representação, e como a representação pode ser utilizada para negar o direito ao território a partir de experiências e vivências fruto de uma parceria de doze anos com o povo indígena Pankará da Serra do Arapuá, Carnaubeira da Penha, sertão pernambucano. Isso a partir da perspectiva cultural do território que, ao relacionar-se com os conceitos acima, pode ser percebido como a espacialidade da representação e identidade. A diferença e a alteridade, como elementos constitutivos, não são um problema em si, elas são necessárias para construção de identidades, representações e território, por exemplo. Senão tudo teria o mesmo sentido e significado. O problema é quando essa diferenciação é estereotipada e racializada; quando ela faz parte da criação e imposição de uma representação, como ocorreu com a criação e imposição da representação e identidade “índio”. Esta identidade nega identidades indígenas contemporâneas com o objetivo de negar o acesso e direito ao território demarcado: não havendo índígena, não há justificativa para demarcar território e as terras continuam sob domínio dos fazendeiros e posseiros. Além disso, essa pesquisa traz a noção de imposição de representação como um dispositivo de poder, e a representação insurgência como uma reação oposta a essa imposição.