SEQUESTRO DE CARBONO E ECOLOGIA FUNCIONAL DA COBERTURA ARBÓREA URBANA
Árvores, Dióxido de Carbono, Serviços Ambientais Urbanos.
Este estudo investiga a capacidade de árvores urbanas de sequestrar carbono e fornecer serviços ecossistêmicos, com foco na qualidade do ar e na mitigação do carbono atmosférico de origem antropogênica, alinhado com alguns dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável/ODS presente na Agenda 2030. O aumento da urbanização trouxe desafios significativos para a sustentabilidade ambiental, especialmente nos grandes centros urbanos. Neste contexto, destaca-se a vegetação urbana e seu papel essencial, contribuindo para a regulação do microclima, redução da poluição atmosférica e promoção do bem-estar da população. A pesquisa foi realizada ao longo da Avenida Caxangá, em Recife (PE), uma área de intensa circulação de veículos e com indivíduos arbóreos em toda a sua extensão. Foram coletados dados sobre características funcionais de espécies arbóreas para avaliar os serviços ambientais prestados e a eficiência do sequestro de carbono. A metodologia incluiu a identificação das espécies arbóreas, mensuração de variáveis dendrométricas (altura, diâmetro à altura do peito e área basal), bem como a análise da biomassa foliar e do Índice de Área Foliar (IAF). Para a coleta de dados ambientais, foram registradas medições de temperatura, umidade do ar e concentração de poluentes (monóxido de carbono (CO), dióxido de carbono (CO2), dióxido de nitrogênio (NO₂) e material particulado), utilizando equipamentos específicos. As análises envolveram técnicas alométricas para estimar a biomassa e o carbono sequestrado, além da avaliação da estrutura morfoanatômica das folhas para compreender a interação com o ambiente e os níveis de poluição. Os resultados preliminares sugerem que espécies com maior área foliar e densidade de madeira apresentam maior capacidade de sequestro de carbono, sendo, portanto, mais eficientes para o uso em projetos de arborização urbana. Este estudo contribui para o planejamento sustentável das cidades, sugerindo que a seleção de espécies arbóreas com características funcionais específicas, devem ser utilizadas no paisagismo urbano, maximizando os serviços ambientais e seus benefícios, especialmente em áreas com altos níveis de emissões de gases poluentes com origem na queima de combustíveis fósseis.