RELAÇÕES DE TRABALHO INFORMAL NO POLO DE CONFECÇÕES DO AGRESTE DE PERNAMBUCO SOB ANÁLISE (DE)COLONIAL
Colonialidade; Decolonialidade; Trabalho informal; Confecção; Agreste Pernambucano.
As relações de trabalho no Brasil, desde o período colonial, configuram-se num impasse
constante. No âmbito laboral, a colonialidade torna-se um fator atuante disseminado em várias
práticas sociais. A informalidade, por exemplo, na decolonialidade, surge como refúgio e
estratégia de sobrevivência para muitos que ainda vivem num cenário de marginalização.
Assim, o presente estudo busca analisar como o trabalho informal no Polo de Confecções do
agreste de Pernambuco se relaciona com o fenômeno da (de)colonialidade. Trata-se de uma
pesquisa qualitativa e exploratória, tendo como sujeitos de investigação os(as) trabalhadores(as)
informais que atuam no Polo. Para a coleta de informações, foram utilizadas entrevistas
semiestruturadas, com a utilização de um roteiro, e observação não sistemática com inspiração
etnográfica. A análise se consolidou através da técnica de análise de conteúdo. Quanto aos
resultados notou-se profundas marcas coloniais imersas nas relações de trabalho no Polo de
Confecções, elas inserem-se no recrutamento e seleção dos(as) trabalhadores(as); nos vínculos
informais a partir da uma relação flexível e fluida, típicas do neoliberalismo, que reverbera em
inseguranças; nas remunerações incompatíveis com o trabalho realizado; nas longas jornadas
de trabalho a fim de atender às pressões capitalistas; e na ausência de segurança e saúde no
âmbito laboral. Em todas as fases das relações laborais observou-se o fator do capitalismo sendo
a engrenagem que movimenta e intensifica a lógica econômica informal do Polo,
desencadeando, consequentemente, condições precárias de trabalho. Contudo, a
decolonialidade se mantém expressamente ativa nas ações sociais encontradas no próprio Polo,
tais ações desenvolvem um sentimento de resistência nos(as) trabalhadores(as). Por fim, esta
dissertação gerou contribuições para os setores sociais, econômicos e políticos, permitindo
também gerar reflexões sobre a situação atual a fim de obter um futuro mais otimista aos(às)
trabalhadores(às) da região.