EFEITOS DO USO DA ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA TRANSCUTÂNEA EM PACIENTES SUBMETIDOS À CIRURGIA CARDÍACA
Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea, Cirurgia Cardíaca, Analgesia, Unidades de Terapia Intensiva
A Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS) configura-se como uma alternativa não invasiva, de baixo custo e com poucos efeitos adversos para o controle da dor no pós-operatório de cirurgias cardíacas, visto que a analgesia por meio de recursos farmacológicos está associada a maiores custos hospitalares e a efeitos colaterais. O presente estudo tem como objetivo avaliar os efeitos da TENS na dor e na função pulmonar de pacientes internados submetidos à cirurgia cardíaca. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética do IMIP sob o CAAE 76710723.0.0000.5201 e registrada no ClinicalTrials.gov sob o número NCT06664242. Foram recrutados pacientes submetidos à cirurgia cardíaca e internados em uma Unidade de Terapia Intensiva. Os resultados foram apresentados no formato de dois artigos originais. O primeiro, uma análise preliminar, contou com sete pacientes distribuídos aleatoriamente em dois grupos: GC1 (grupo controle) e G2 (grupo TENS). A dor foi avaliada por meio da Escala Visual Analógica (EVA), enquanto a função pulmonar foi mensurada por meio da Capacidade Vital Forçada (CVF), do Volume Expiratório Forçado no primeiro segundo (FEV1) e da manovacuometria. A maioria da amostra era de homens (85,7%), com idade média de 68,42 ± 6,75 anos. A maior parte dos pacientes foi submetida a cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM) (57,1%). Foram encontradas melhoras nos valores mensurados de CVL, SpO2, Pimáx e PeMmáx, nos escore de dor (EVA) e sem relato de instabilidade hemodinâmica. Os achados desse primeiro estudo permitem inferir que a estimulação elétrica nervosa transcutânea pode ser segura e ter efeitos benéficos em variáveis de dor e função pulmonar de pacientes submetidos a cirurgia cardíaca com dor pós-operatória. No segundo produto, uma revisão sistemática com metanálise, os resultados observados foram a redução da percepção dolorosa, melhora na função pulmonar (FEV1 e CVF) e redução no consumo de opioides. Portanto, conclui-se que o TENS foi melhor para analgesia, função pulmonar e reduziu o consumo de opioides nos pacientes submetidos a cirurgias torácicas.