AVALIAÇÃO HISTOPATOLÓGICA E DETERMINAÇÃO DA EXPRESÃO DA PROTEÍNA SURFACTANTE TIPO-B (SP-B) NO PULMÃO DE RATOS SÉPTICOS TRATADOS COM CEFTRIAXONE E ANTIOXIDANTES.
Proteína surfactante B, SP-B, Lesão Pulmonar Aguda, Sepse.
Introdução: A sepse é definida como uma disfunção orgânica potencialmente fatal causada por uma resposta insuficiente no controle dos agentes infecciosos envolvidos. Devido ao crescente número de casos, alta taxa de mortalidade e elevado custo do tratamento da sepse, ela tornou-se um problema de saúde pública. A sepses estar entre as principais enfermidades envolvidas no surgimento da lesão pulmonar aguda (LPA), visto que o pulmão é um dos órgão mais comumente atingindo. Objetivo: Avaliação histopatológica e determinação da expresão da proteína surfactante tipo-b (sp-b) no pulmão de ratos sépticos tratados com ceftriaxone e antioxidantes. Metodologia: Foram utilizados no total 70 ratos Wistar machos (200-350g), para compor sete grupos experimentais (n=10/grupo). Desses, 40 foram submetidos a indução de sepse por Ligação e Punção Cecal (CLP) e subdivididos nos tratados: I) Água destilada (5 ml/kg; i.p.) = CLP+AD; II) ceftriaxona (30 mg/kg; i.p.) = CLP+ATB; III) antioxidantes (Á. Ascórbico 50mg/kg, NAC 10mg/kg e Alfa tocoferol 20mg/kg; i.p) = CLP+ATO; IV) ceftrianona (30 mg/kg; i.p.) e antioxidantes (Á. Ascórbico 50mg/kg, NAC 10mg/kg e Alfa tocoferol 20mg/kg; i.p) = CLP+ATO+ATB. O grupo SHAM (controle) foi composto por três grupos (n=10/grupo), que passaram pelo mesmo procedimento cirúrgico sem a indução de sepse e foram tratados da mesma forma que CLP: I) SHAM+DA; II) SHAM+ATB; III) SHAM+ATB+ATO. Decorrido 24h do procedimento, os animais receberam o tratamento durante cinco dias consecutivos. Durante esse período os animais foram observados quanto as características funcionais/fisiológicas e ao final foram anestesiados para coleta de sague, determinação do perfil hematológico e em seguida eutanasiados por aprofundamento anestésico para coleta do lóbulo pulmonar inferior esquerdo para avaliação histomorfométrica (quantificação de neutrófilos, macrófagos, linfócitos, pneumócitos tipo II, alvéolos e ´determinação da área alveolar e espessura dos septos alveolares) e determinação da expressão da proteína SP-B por Western Blot. Resultados: O percentual de mortalidade experimental do grupo séptico foi de 21,42% o que possibilitou dar continuidade aos grupos com n=6. O índice de sobrevivência dos grupos CLP variaram significativamente (P<0,05) acordo com o tipo de tratamento e o tempo de observação: CLP+AD (48h – 50,67%; 72h – 50,67%; 84h – 50,67% e 96h – 50,67%); CLP+ATO (84h – 68% e 96h – 68%); CLP+ATB (48h - 34%; 72h – 34%; 84h – 34% e 96h – 18%) quando comparados ao grupo SHAM+AD nos mesmos tempos. Quanto as características fisiológicas, os animais sépticos tratados com ATO ou ATB+ATO apresentaram melhora significativa (P<0,05) na condição de mobilidade, letargia e diarreia comparado ao grupo CLP+AD. Na avaliação hematológica, a contagem de plaquetas (103/dL) se apresentaram reduzidas significativamente (P<0,05) no grupo CLP+ATB (331,33±131) e essa diminuição não foi verificada nos grupos CLP+ATO (627±25,32) e CLP+ATB+ATO (437,33± 97,88) quando comparados ou SHAM+AD (429± 69). Quanto a histomorfométria verificou-se que a infiltração de células inflamatórias no tecido pulmonar dos animais tratados com ATO ou ATB+ATO não apresentaram diferença significativa comparado ao grupo SHAM+AD, por outro lado os animais tratados com CLP+AD ou ATB apresentaram aumento significativo (P<0,05) de células inflamatórias em comparação ao observado no SHAM+AD. Em relação ao número de pneumocitos tipo II os grupos tratados com ATO ou ATB+ATO não apresentaram diferença significativa comparado ao SHAM+AD. Entretanto, o tratado com ATB isoladamente reduziu significativamente a quantidade de pneumócitos tipo II neste grupo comparado a de todos os outros. A quantidade alveolar nos animais CLP tratados com ATO isoladamente foram semelhantes àquelas verificadas no grupo SHAM+AD e CLP+ATB+ATO. Os animais sépticos tratados com ATB apresentaram maior quantidade de alvéolos, porém com menor área alveolar em relação aos demais grupos. Por sua vez, a área alveolar nos grupos sépticos tratados com ATB; ATO ou ATB+ATO exibem significativamente menor área comparado ao SHAM+AD. No que se refere a espessura dos septos alveolares dos animais tratados com ATO ou ATB+ATO, esses se mostraram semelhante ao SHAM+AD. Fato não verificado nos animais sépticos e tratados com ATB isoladamente os quais apresentaram espessura dos septos maior que os aquelas verificadas nos animais tratados com ATO ou ATO+ATB. Conclusão: Diante do exposto, os antioxidantes (vitamina C, vitamina E e N-acetilcisteina) quando administrados por via intraperitoneal, em modelo animal de sepse, associados ou não a um antibiótico, parece promover a conservação das estruturas histológicas presentes na matriz pulmonar mesmo quando submetidos as injúrias decorrentes desse quatro infecioso, e aumenta a sobrevida dos animais que receberam esses tratamentos.