Banca de QUALIFICAÇÃO: PAULO FERNANDO BRAGA E TRIGO QUERETTE

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: PAULO FERNANDO BRAGA E TRIGO QUERETTE
DATA : 23/09/2024
LOCAL: REMOTA
TÍTULO:

AVALIAÇÃO ATUAL E COMPARAÇÃO EVOLUTIVA DE ACHADOS ECOCARDIOGRÁFICOS EM PACIENTES COM ESQUISTOSSOMOSE HEPATOESPLÊNICA COM E SEM SHUNT INTRAPULMONAR


PALAVRAS-CHAVES:

esquistossomose; hipertensão portal; cirrose hepática; fístula arteriovenosa; cardiomiopatias; ecocardiografia


PÁGINAS: 56
RESUMO:

O shunt intrapulmonar (SIP) e a cardiomiopatia cirrótica (CMC) são manifestações que podem complicar a evolução de pacientes com cirrose hepática (CH) e/ou hipertensão portal (HP). O SIP provoca alteração da oxigenação pulmonar e predispõe ao desenvolvimento da síndrome hepatopulmonar, condição associada à pior evolução clínica e maior taxa de mortalidade, bem como pode levar a alterações estruturais cardíacas. A CMC tem impacto na evolução clínica pré e pós-transplante hepático (TxH), sendo causa de parte considerável da mortalidade após esse procedimento. Em ambas as condições, o ecocardiograma transtorácico (ETT) é o método de escolha para o diagnóstico. Entretanto, SIP e CMC são mais frequentemente descritos e estudados em pacientes com CH avançada em lista para TxH, havendo escassez de estudos que avaliaram essas enfermidades em pacientes com esquistossomose hepatoesplênica (EHE), importante causa de HP não cirrótica no Brasil. Diante da lacuna no conhecimento em relação à ocorrência de SIP e CMC na EHE, este estudo teve como objetivo descrever os achados ecocardiográficos morfofuncionais e verificar a ocorrência de SIP e CMC em pacientes com EHE, com e sem CH adicional, após dez anos da investigação diagnóstica para presença de SIP em estudo transversal prévio. Foram avaliados 25 pacientes no período de  maio de 2023 a janeiro de 2024 com ETT. Em 23 deles, o ETT foi realizado com contraste para a pesquisa de SIP. A média de idade no foi de 63,44 ± 11,49 anos, sendo 11 (44%) do sexo masculino e oito (32%) tinham CH adicional à EHE. Em relação aos achados ecocardiográficos atuais, o SIP foi observado em nove pacientes (39,13%; IC: 19,71% – 61,46%) e houve associação significativa desse achado com o aumento da espessura do septo interventricular (SIV) (p=0,021). Os valores médios da fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE), Global longitudinal strain (GLS) e o volume do átrio esquerdo indexado (VAEi) foram de 60,5% ± 5,7%, -18,48% ± 2,09% e 42,1 ± 12,1 ml/m² respectivamente. A função diastólica foi alterada em dez indivíduos, com um pequeno predomínio de disfunção de grau II (24%). Treze pacientes (52%; IC: 31,31% – 72,20%) apresentaram critérios para CMC. Na comparação com os ETT prévios, observou-se redução significativa nos valores da FEVE (p<0,001), onda e’ lateral (p<0,001), onda a’ lateral (p<0,001) e relação E/e’ lateral (p<0,001), e aumento significativo nos valores do diâmetro sistólico final do ventrículo esquerdo (p<0,001), SIV (p<0,007), VAEi (p<0,001) e pressão sistólica da artéria pulmonar (p<0,014). Este estudo, que avaliou pacientes com EHE, demonstrou ocorrência de SIP semelhante à encontrada nos estudos realizados em pacientes com CH. Verificou-se a presença de alterações ecocardiográficas compatíveis com CMC na amostra estudada, e piora evolutiva na estrutura e função cardíacas em comparação com os ETT prévios. As alterações encontradas sugerem a possibilidade do desenvolvimento de CMC como complicação da HP decorrente de EHE. O grupo com SIP não apresentou pior evolução ecocardiográfica em relação ao grupo sem SIP.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1760491 - FERNANDO JOSE RIBEIRO SALES
Externa à Instituição - LIANA GONCALVES DE MACEDO FARSOUN - CUMN
Notícia cadastrada em: 18/09/2024 13:48
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