IGE E NEFROPATIA LÚPICA
Imunoglobulina E; Lúpus Eritematoso Sistêmico; Nefrite Lúpica.
A nefrite lúpica é uma das manifestações mais graves do lúpus eritematoso sistêmico, caracterizada por inflamação renal mediada por imunocomplexos. Estudos recentes têm sugerido um possível papel da imunoglobulina E (IgE) na fisiopatologia da doença, embora sua associação com os depósitos renais ainda não seja elucidada, de maneira que não se sabe ao certo qual é o papel da IgE na nefrite lúpica e se há, de fato, correlação com depósitos renais. A investigação da presença de IgE nos glomérulos pode fornecer novos insights sobre mecanismos imunológicos envolvidos na nefrite lúpica e seu impacto no prognóstico clínico. Este estudo teve como objetivo verificar a presença de depósitos de IgE em biópsias renais de pacientes com nefrite lúpica, contribuindo para a compreensão do papel dessa imunoglobulina no processo inflamatório renal. Trata-se de um estudo clínico exploratório retrospectivo realizado em um hospital universitário de Recife-PE, entre 2019 e 2023. A amostra foi composta por 40 pacientes adultos que realizaram biópsia renal para outros fins, a qual passou por
avaliação de depósitos de IgE a fim de alimentar o presente estudo. Os participantes foram separados por idade, sexo, etnia e escolaridade. O estudo utilizou técnicas de imunohistoquímica para identificar a presença de IgE, classificando os resultados como positivos, negativos ou focais. Como resultados, dos 40 pacientes avaliados, 9 (22,5%) apresentaram depósitos positivos de IgE, enquanto 21 (52,5%) tiveram resultados negativos. Outros 10 pacientes (25%) apresentaram depósitos focais de IgE. Esses dados sugerem que a presença de IgE nos glomérulos não é muito prevalente. No entanto, os resultados indicam que depósitos de IgE são encontrados em uma parcela dos pacientes com nefrite lúpica, e sua distribuição (positiva, negativa ou focal) pode estar associada à gravidade da doença e à classificação histopatológica da nefrite. A análise estatística desses achados pode contribuir para uma melhor compreensão do papel da IgE na fisiopatologia da nefrite lúpica, bem como para a avaliação de seu potencial como biomarcador prognóstico ou alvo terapêutico.