CORPOS QUE (RE)XISTEM: Uma análise sobre o acesso à atenção especializada no processo transexualizador em um hospital na cidade do Recife.
Sexualidade; Acesso Universal à Saúde; Processo Transexualizador; Identidade de Gênero.
A sexualidade é um tema que frequentemente suscita dúvidas e curiosidades, proporcionando espaço para desconstruir preconceitos e paradigmas. Dialogar sobre sexualidade não apenas promove debates críticos sobre sua estrutura na sociedade, mas também desafia o padrão binário onde o sexo biológico determina o gênero. Esse padrão continua a marginalizar e expor pessoas que não se enquadram, resultando em violência e vulnerabilidade, obstaculizando o acesso aos cuidados de saúde. Este estudo visa analisar o acesso de pessoas trans e travestis ao processo transexualizador no Espaço de Acolhimento e Cuidado Trans do Hospital das Clínicas – PE. Utilizando um estudo de caso e técnica de saturação, foram entrevistados 5 usuários e 5 profissionais do ambulatório trans. Entrevistas semiestruturadas, baseadas em Levesque, Harris e Russell (2013), exploraram experiências e desafios dos participantes. A análise de conteúdo, segundo Kvale (2009), proporcionou insights sobre percepções de usuários e profissionais quanto ao acesso ao processo transexualizador. Análise da produção ambulatorial e hospitalar, utilizando dados de Sistemas de Informações em Saúde, revelou desafios como capacidade instalada limitada, falta de profissionais especializados e coordenação deficiente do cuidado. Apesar da avaliação positiva dos usuários sobre o acolhimento recebido, os resultados apontam barreiras significativas no acesso ao processo transexualizador, como a falta de capacidade instalada, insuficiência de profissionais especializados e dificuldades na coordenação do cuidado. Este estudo contribui para entender desafios enfrentados por populações trans e travestis no acesso a serviços de saúde e sugere melhorias para um atendimento inclusivo e eficaz, orientando políticas públicas e práticas de saúde equitativas.