Acidente Vascular Encefálico: Subtipos, apresentação clínica e etiologia
acidente vascular encefálico, etiologia, classificação,
subtipos, epidemiologia
Introdução: O acidente vascular encefálico (AVE) é uma emergência neurológica
prevalente e é considerada a segunda causa de morte e incapacidade em todo
o mundo. O reconhecimento adequado dos fatores de risco e dos subtipos do
AVE é essencial para a realização de um tratamento efetivo e para a prevenção
de novos eventos. No Brasil, principalmente no estado de Pernambuco, os dados
referentes à epidemiologia dos tipos e subtipos do AVE são escassos. Objetivos:
Avaliar a frequência do Acidente Vascular Encefálico (AVE), dos seus subtipos
e fatores etiológicos. Método: Estudo observacional, do tipo transversal,
utilizando a análise dos prontuários dos pacientes, de ambos os sexos e com
mais de 18 anos, com diagnóstico de AVE ou ataque isquêmico transitório (AIT),
que foram admitidos no Hospital da Restauração, no período de março a julho
de 2020. Resultados: Foram analisados os prontuários de 701 pacientes com
quadro clínico de AVE; destes, 667 foram diagnosticados com AVE e 34 com
Ataque Isquêmico Transitório (AIT). Na caracterização da amostra, 50,5% era do
sexo masculino e a faixa etária predominante foi a média de 65 anos. O subtipo
mais comum foi o AVE isquêmico agudo (77,06%) e o diagnóstico foi realizado
em 96,9% dos casos através da tomografia computadorizada de crânio sem
contraste. Em relação a topografia do AVE, houve predomínio das lesões na
circulação carotídea (anterior), correspondendo a 76,1%, e a artéria cerebral
média foi a mais acometida. A classificação etiológica demonstrou que 66% dos
acidentes vasculares isquêmicos foram de etiologia indeterminada, e a segunda
principal causa foi o cardioembolismo. Dentre os casos de hemorragia
subaracnóidea, a presença de aneurismas foi identificada em 70% dos casos.
Em relação ao desfecho, 54,7% receberam alta hospitalar e a mortalidade geral
foi de 21,4% dos casos. Conclusão: O AVE é uma patologia frequentemente
diagnosticada, com predomínio do subtipo isquêmico, e que acomete
principalmente o território carotídeo (anterior). A etiologia se manteve
indeterminada em uma parcela importante dos pacientes e a causa
cardioembólica foi a mais encontrada. A etiologia parece ter sofrido influência
dos aspectos socioeconômicos da região, mas o elevado índice de causas
indeterminadas foi decorrente da investigação inadequada.