EFEITOS DA VITAMINA D SOBRE FATORES DE RISCO
CARDIOVASCULARES, SINTOMAS DEPRESSIVOS E RISCO DE SUICÍDIO
Vitamina D; sintomas depressivos; transtorno depressivo maior;
doenças cardiovasculares; ensaio clínico.
A depressão, tem sido apontada como a principal causa de incapacidade crônica
em todo o mundo, compreende um importante fator de risco cardiovascular,
aumentando o risco relativo de doença arterial coronariana e morbidade e
mortalidade cardiovascular. Concomitante à maior prevalência de depressão, há
também uma redução na exposição solar, com o aumento da urbanização e
industrialização e o uso de protetores solares, levando à diminuição dos níveis
séricos de 25-hidroxivitamina D. Nesse sentido, este é o primeiro ensaio para
testar o efeito da suplementação de vitamina D na melhora dos fatores de risco
cardiovascular, redução dos sintomas depressivos, como adjuvante à terapia
antidepressiva por um longo período (seis meses), associado à, aumentando a
evidência sobre a ação neuroprotetora vitamínica em situações relacionadas à
regulação do humor. Métodos: Trata-se de um ensaio clínico randomizado,
duplo-cego, controlado por placebo, construído de acordo com o SPIRIT,
envolvendo 224 adultos com idade entre 18 e 61 anos com depressão em
tratamento com antidepressivos. Os participantes elegíveis foram aleatoriamente
designados para os grupos de intervenção (n = 112) que receberão
suplementação de vitamina D, 50.000 UI por semana durante seis meses e
controle (n = 112) que usarão placebo semanalmente por seis meses. As
medidas para monitorar sintomas depressivos, risco de suicídio, exames clínicos
e exames laboratoriais para avaliar fatores de risco cardiovascular e níveis
séricos de vitamina D foram mensurados na linha de base e após 180 dias.
Resultados: A suplementação aumentou a concentração média de vitamina D
para um nível fisiológico geralmente aceito. É importante ressaltar que a
exposição à vitamina D diminuiu os sintomas depressivos (p=0,001) e o risco de
suicídio (p=0,001). Além disso a suplementação foi capaz de normalizar e/ou
reduzir onze dos doze fatores de risco cardiovasculares (clínicos e laboratoriais)
analisados, sem que houvessem eventos adversos relacionados aos níveis de
cálcio iônico e efeitos colaterais de risco cardiovascular para os pacientes do
grupo de intervenção. Conclusão: O estudo demonstrou que a ingestão semanal
de 50.000 UI de vitamina D por seis meses foi efetiva e promissora entre os
pacientes depressivos ao reduzir o estresse oxidativo e melhorar o perfil
metabólico contribuindo no controle sintomatológico da depressão além de ser
efetivo sobre o risco cardiovascular.